quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O VOTO CONSCIENTE - método PPP

Artigo: O VOTO CONSCIENTE


                Aproximam-se as eleições políticas de nossa pátria. Cada brasileiro é convidado a exercer o direito do voto. Voto é direito e dever. Dever de todos. Todos, de qualquer idade e condição. Conheço gente de 87 anos de idade, que irá exercer dignamente seu direito-dever de votar.
                Nas cartilhas que fizemos em nossas duas dioceses (Parnaíba e Maceió) sempre repetimos: Voto é dever pessoal e responsável. Voto não se vende. Voto não se compra. Voto não angaria proteção. Voto não paga favores.

                As pesquisas de opinião, agora quase diárias e largamente difundidas pelos poderosos meios de comunicação, antecipam o resultado das eleições e influenciam enormemente na escolha de muitos eleitores. São aqueles que usam expressão totalmente equivocada: “Eu não vou perder meu voto.” E assim votam naquele que as pesquisas apontam como vencedor e nunca naquele que eles consideram melhor, mas que as pesquisas indicam que não vencerá. É uma grosseira confusão com a corrida de cavalos, na qual, se vota no que parece  que será o vencedor, para depois participar do prêmio.

O que poucos conhecem é o sistema vigente no Brasil das eleições para a Câmara dos Deputados, Assembleias Legislativas e Câmara dos Vereadores. É a chamada eleição proporcional. É um sistema de eleição,  no qual o número total de votos, obtido por todos os partidos e coligações é dividido pelo número de cadeiras da Câmara Federal, da Assembleia ou da Câmara dos vereadores, obtendo-se assim o chamado quociente eleitoral. Cada partido (ou coligação) terá direito a tantas vagas, quantas vezes repetir o quociente eleitoral. Os candidatos mais votados desse partido ocuparão as vagas, conquistadas por seu partido, na ordem da votação por eles obtida. Assim pode acontecer, como ocorreu no Recife nas últimas eleições municipais, que por força desse sistema, um candidato não se elegeu, embora tivesse mais votos  que outros quatro, que se elegeram,  porque o partido deles dispunha de mais cadeiras. Portanto, em última análise, o eleitor vota primariamente no partido e, só secundariamente, no candidato de sua escolha. Foi esse processo que permitiu aberrações, como o caso do doutor Enéas, há anos atrás, e mais recentemente o fenômeno Tiririca, com tantos eleitos não por seus próprios votos, mas pelos votos dados ao palhaço-deputado.

O Pró-Vida de Anápolis aconselha aos eleitores o que ele chama de método PPP,  isto é, considerar o Partido do candidato, seu Passado político e suas Promessas efetivas...

Concluo, repetindo que o voto é um dever e cabe à consciência de cada um exercê-lo livre e conscientemente.



Dom Edvaldo G. Amaral S.D.B. 
Arcebispo emérito de Maceió.

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