terça-feira, 22 de abril de 2008

PADRE HENRI CAFFAREL. Por que uma beatificação?


O Arcebispo de Paris, a pedido das Equipes de Nossa Senhora representadas pela Equipe Responsável Internacional, abriu a instrução da Causa de beatificação do Padre Henri Caffarel. O decreto de abertura foi lido em Lourdes, em 18 de setembro de 2006, no décimo aniversário da sua morte. Uma pergunta bem simples: por que uma beatificação? A resposta vale para todos aqueles que a Igreja pretende beatificar.

A Igreja beatifica um servo ou uma serva de Deus, em primeiro lugar, para dar graças a Deus. Queremos reconhecer a presença e a ação de Deus em alguém. Ninguém pode tornar-se santo sem a graça de Deus, porque somente Deus é santo. Em algumas pessoas, Deus faz resplandecer a sua santidade de forma deslumbrante. E o mínimo que se pode fazer, se me permitem dizê-lo, é reconhecer a obra de Deus e agradecer a Ele por ela. A personalidade de Madre Teresa é respeitada no mundo inteiro. Vemos nela uma caridade extraordinária, que vem de Deus. A sua fé, burilada na provação, foi forte e a sua esperança indomável...






A Igreja, ao beatificá-la, rende glória a Deus, que dá a um de nós a graça de viver o amor, um amor mais forte que a morte, mais forte que todas as mortes da Índia e do mundo inteiro! As Equipes de Nossa Senhora reconhecem no Padre Caffarel “um homem arrebatado por Deus”, ao retomar a expressão de Jean Allemand, seu biógrafo, que escreveu: “Deus arrebatou o seu servo para que ele mostrasse a grandeza do sacramento do Matrimônio e o lugar central da oração na vida cristã”. O Padre Caffarel sempre quis seguir a Cristo, deixar-se guiar por sua vontade, que ele discernia na oração. Todas as testemunhas da vida do Padre Caffarel falam dessa presença de Deus nele.
A Igreja também beatifica alguém para o bem do povo cristão e para o mundo. Tendo reconhecido a presença e a ação de Deus num de seus servos ou de suas servas, a Igreja pensa que não deve colocar a luz sob o alqueire... Essa luz precisa ser vista, para que todos possam beneficiar-se dela.



Numa época em que o início e o fim da vida são questionados, onde a pobreza do mundo aumenta, a beatificação de Madre Teresa é uma luz para todos. Como diz um prefácio eucarístico para os santos: “o seu exemplo nos encoraja”. Da mesma forma, Deus deu à Igreja o Padre Henry Caffarel para que todos os cristãos pudessem redescobrir o sentido do casamento, da oração, da Igreja. Semelhante tesouro não pode ficar escondido... 
Aos equipistas cabe a tarefa de promover a causa da beatificação do Padre Caffarel, para que todos os casais cristãos possam ter a alegria de viver melhor o amor de Deus em suas vidas e testemunhá-lo no mundo.

Não podemos privar das luzes extraordinárias que o Padre Caffarel nos deu tantos homens e mulheres que procuram se amar.

Uma beatificação não é um certificado de ausência total de defeitos. A história da Igreja nos revela que muitos santos tinham temperamentos estranhos! No entanto, assim como nós, procuraram converter-se. A força de Deus, contudo, ao agir neles com o seu consentimento irrestrito, produziu maravilhas. O “doce” São Francisco de Sales precisou vencer um temperamento colérico. Nos santos, as virtudes foram vividas de maneira heróica, isto é excepcional. Esse caminho de conversão que eles seguiram faz com que eles sejam próximos de nós e isso também nos encoraja. O Padre Caffarel conheceu esse caminho, e é impressionante ver o quanto ele ajudou os outros a viver da santidade de Deus. A santidade é viver de Deus e dar essa vida aos outros. Alguém disse a seu respeito: “Assim que vi o Padre Caffarel, soube que estava diante de um santo”.
Quem pede à Igreja que beatifique alguém? Lembramo-nos do enterro de João Paulo II e dos gritos do povo: “Santo súbito!”. O reconhecimento da santidade de alguém é sempre o fruto da fé do povo cristão.








A Equipe Responsável Internacional pediu a abertura da Causa do Padre Caffarel porque constatou o fortís­simo apego dos equipistas do Brasil àquele que por três vezes estivera no seu país.
A ERI constatou, principalmente, que esse apego provinha de uma “presença” do Padre Caffarel. Lá, ele está vivo. Essa presença significa que Deus fala sempre de maneira forte por meio do seu servo para mostrar a grandeza do matrimônio e da oração.


Na França, os equipistas descobrem cada vez mais a importância e a riqueza da personalidade e da mensagem do seu fundador. Eles consideram que aí reside um tesouro que deve ser repartido. Os equipistas dos demais países, também eles, estão cada vez mais conscientes da importância da Causa para o mundo.
O Padre Caffarel está vivo. Ele nos fala. Leiamos os seus escritos, recebamos a sua luz. Orar a ele é viver com ele no caminho do matrimônio, esse “caminho de santidade”, e no caminho do encontro com Deus.



Frei Paul-Dominique Marcovits, o.p. Sac. Postulador da Causa de Beatificação de Pe. Caffarel

Tradução de Monique e Gerard Duchêne / CARTA MENSAL ABRIL 2008

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