segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A causa do Padre Caffarel


Para começar, algumas palavras sobre a causa do Padre Caffarel.

A sessão diocesana está chegando ao seu final. As testemunhas foram ouvidas. Os teólogos e os historiadores irão dentro de pouco tempo relatar seus trabalhos à Comissão diocesana. Se o arcebispo de Paris der o seu consentimento, poderemos logo remeter o processo para Roma. Aí começa outra etapa. Mantê-los-emos a par.

Ao aproximar-se o Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora em Brasília, permitam-me deixar aqui algumas reflexões. O Padre Caffarel amou o Brasil, esteve lá três vezes a convite das equipes que ali nasceram graças a Pedro e Nancy Moncau. Este Encontro será para nós como um novo Pentecostes: o Espírito Santo virá sobre nós para que a boa nova do matrimônio seja anunciada de novo e sempre para todos os casais da terra.

“Ousar o Evangelho” é o tema desse Encontro. Para prepararmo-nos para essa peregrinação a Brasília – que estejamos presentes em corpo ou em espírito

– eis três palavras do Padre Caffarel.

“Para se realizar, o ser humano precisa mais de oração que de pão”

O pão é necessário, o auxílio mútuo fraternal é fundamental, muitos auxílios humanos podem também vir em socorro aos equipistas para vivenciar o matrimônio e dele dar testemunho. Todavia, a oração, o relacionamento com Deus, o tempo para se colocar diante do Senhor, “ao seu dispor” como diz o Padre Caffarel... aí está a fonte de tudo. Sem a oração, a ajuda dos outros não será totalmente eficaz: o essencial não terá sido atingido.

Na oração e mais especialmente na meditação, o Senhor faz brotar a vida... e logo tudo o mais se encaixa no devido lugar. A grande graça que Deus concedeu ao Padre Caffarel foi a compreensão do sacramento do matrimônio, que deu origem às Equipes de Nossa Senhora. Sim, é verdade, se logo acrescentarmos que ele reuniu Cida de casamento e vida de meditação, de oração. Se Deus é “fonte do amor”, como diz a liturgia do matrimônio, então a oração essencial. O casamento corre o risco de murchar se a água da oração faltar. Mas se ela estiver presente, o homem e a mulher podem “realizar-se”, encontrar o equilíbrio, superar os obstáculos que atravessam toda e qualquer vida. Ousar o Evangelho é, antes de tudo, ousar a oração.

Uma segunda palavra do Padre Caffarel é esta:

“É necessário voltar sempre a esta verdade primeira: quem vem para tomar, parte com as mãos vazias, quem vem para dar, encontra”.

Como isso se aplica bem ao casamento! E como poderá se aplicar a Brasília! Já o sabemos: o apostolado, a força de dar testemunho diante dos outros da grandeza do amor humano habitado pelo amor divino, tudo isso tem sua fonte no amor, no dom de si aos outros. Ousar o Evangelho não é “tomar”, não é impor nossa fé, nossa visão das coisas, não! Ousar o Evangelho é querer dar o que temos de mais precioso.Aquilo que toca os outros, aquilo que nos vem do coração.

Por fim, uma última palavra. Quando o Padre Caffarel se apresentava para o primeiro encontro com os retirantes de Troussures, abria os braços e dizia: “O Senhor está à vossa espera.” Em sua primeira carta sobre a oração, escreve também: “O Senhor está sempre à vossa espera”. Em Brasília, ele está à nossa espera. Se ficarmos em nosso país, o Senhor está à nossa espera na comunhão com todos os equipistas, com a grande família das Equipes.

Para correspondência, por carta, ao endereço da Associação,



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