A 36ª Romaria da Terra ocorre dia 12 de fevereiro, em Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha.
A diocese de Caxias do Sul acolhe, no dia 12 de fevereiro, a 36ª Romaria
da Terra do Rio Grande do Sul. O evento será realizado na comunidade
Bom Pastor, no parque municipal da ABCTG (Associação Bento-gonçalvense
dos Centros de Tradições Gaúchas). A romaria é um compromisso permanente
da CNBB Sul 3 que, junto com a Comissão Pastoral da Terra do RS (CPT) e
a diocese onde ela ocorre, organiza o evento. O tema da 36ª Romaria é
“Terra, Vida e Cidadania” e o lema “Terra e cidadania: princípios do bem
viver”.
A Romaria da Terra iniciou no Rio Grande do Sul no dia 7 de fevereiro de 1978, em Caiboaté, São Gabriel, com o objetivo de celebrar os 222 anos da morte de Sepé Tiaraju e seus 1.500 companheiros guaranis, assassinados em 27 de fevereiro de 1756.
As primeiras romarias buscaram resgatar a luta na defesa do direito dos povos indígenas à terra, à cultura e à cidadania. Da 5ª à 14ª romaria, a temática girou em torno da luta dos agricultores especialmente pela terra e pela reforma agrária. Da 15ª à 19ª, as reflexões foram em torno do tema organização dos agricultores e agricultoras e a luta pela conquista de políticas públicas adequadas à realidade da vida da roça.
A partir da 20ª romaria, passou-
se a dar mais ênfase a questões como a agricultura familiar e sua relação com o meio ambiente. O resgate da terra como mãe, a agroecologia como forma de equilíbrio humano e da natureza, a permanência dos jovens no meio rural, a preservação da água, são temas recorrentes até os dias de hoje.
As romarias são realizadas, todos os anos, no dia de Carnaval e acontecem numa das 18 dioceses gaúchas. É a segunda romaria que a diocese de Caxias do Sul sedia. A primeira ocorreu na comunidade São Roque, em Antônio Prado, em 1997 (veja tabela com a relação de todas as romarias na página ao lado). “Na romaria deste ano teremos uma tônica diferente. Aqui não temos problemas de reforma agrária. Mas somos um polo produtor de hortifrutigranjeiros e temas como agricultura familiar, ecologia e utilização de agrotóxicos estão muito presentes”, afirma o bispo diocesano dom Alessandro Ruffinoni.
Os romeiros serão acolhidos na comunidade do Barracão, onde às 8h30 inicia a caminhada até o Parque da ABCTG. A celebração eucarística das 10h30 contará com pregação de dom José Mário Stroeher, bispo da diocese de Rio Grande. A romaria encerra às 16 horas, com anúncio da data e local da edição de 2014.
A Romaria da Terra iniciou no Rio Grande do Sul no dia 7 de fevereiro de 1978, em Caiboaté, São Gabriel, com o objetivo de celebrar os 222 anos da morte de Sepé Tiaraju e seus 1.500 companheiros guaranis, assassinados em 27 de fevereiro de 1756.
As primeiras romarias buscaram resgatar a luta na defesa do direito dos povos indígenas à terra, à cultura e à cidadania. Da 5ª à 14ª romaria, a temática girou em torno da luta dos agricultores especialmente pela terra e pela reforma agrária. Da 15ª à 19ª, as reflexões foram em torno do tema organização dos agricultores e agricultoras e a luta pela conquista de políticas públicas adequadas à realidade da vida da roça.
A partir da 20ª romaria, passou-
se a dar mais ênfase a questões como a agricultura familiar e sua relação com o meio ambiente. O resgate da terra como mãe, a agroecologia como forma de equilíbrio humano e da natureza, a permanência dos jovens no meio rural, a preservação da água, são temas recorrentes até os dias de hoje.
As romarias são realizadas, todos os anos, no dia de Carnaval e acontecem numa das 18 dioceses gaúchas. É a segunda romaria que a diocese de Caxias do Sul sedia. A primeira ocorreu na comunidade São Roque, em Antônio Prado, em 1997 (veja tabela com a relação de todas as romarias na página ao lado). “Na romaria deste ano teremos uma tônica diferente. Aqui não temos problemas de reforma agrária. Mas somos um polo produtor de hortifrutigranjeiros e temas como agricultura familiar, ecologia e utilização de agrotóxicos estão muito presentes”, afirma o bispo diocesano dom Alessandro Ruffinoni.
Os romeiros serão acolhidos na comunidade do Barracão, onde às 8h30 inicia a caminhada até o Parque da ABCTG. A celebração eucarística das 10h30 contará com pregação de dom José Mário Stroeher, bispo da diocese de Rio Grande. A romaria encerra às 16 horas, com anúncio da data e local da edição de 2014.
A função social, política e religiosa da propriedade
As Romarias da Terra se revestem não apenas de um sentido religioso, mas
também social e político, associando a fé à vida e ao compromisso
cristão. A romaria é caminhada, mas também um mutirão de mobilização,
reflexão, dinamização e um processo místico que semeia e fecunda o Reino
de Deus. É, ainda, profecia. Há a denúncia da realidade injusta e
desigual do mundo, mas, ao mesmo tempo, visualiza os sinais de
cooperação e solidariedade nas práticas sociais, anunciando a utopia do
bem viver para todos.
O tema escolhido para a 36ª Romaria da Terra contempla três realidades vitais – Terra, Vida e Cidadania. A terra não é somente um meio de produção ou de acesso aos bens da natureza. A terra é todo o ambiente sagrado que propicia a vida, lugar da convivência, das relações, da ética, da solidariedade, da diversidade. Na terra, devemos ser mais ‘autores’ do que ‘atores’ da vida e da cidadania.
E o milagre da vida só é possível na terra. A terra é lugar sagrado, centro integrador da comunidade humana. A terra é um dom universal de Deus, vida para todos os seus filhos. Diante de tantas situações de morte, é fundamental resgatar o desafio da vida plena para todos.
Quanto à cidadania, é um desafio e uma construção da vida toda. É carregada de beleza e de compromissos com as causas da liberdade, da dignidade, da justiça e do bem comum.
O processo da cidadania é gerado a partir dos valores da cooperação, da solidariedade, da responsabilidade, da alegria e da paz. São necessárias as políticas públicas voltadas para a partilha das riquezas, produzir sem agredir o meio ambiente, a valorização do jovem agricultor, a democracia participativa, o cooperativismo, a agricultura familiar, a agroindústria familiar, as alternativas da economia solidária, as sementes crioulas, o consumo consciente, iniciativas de reciclagem, dos direitos fundamentais, na superação do consumismo, da competitividade e do modelo atual de produção, articulando a vida do campo e da cidade com objetivos comuns.
Sem cercas - Nesse horizonte, a terra e a cidadania se constituem caminhos e princípios do bem viver, único destino, causa e sentido da vida humana. Na terra de Deus não há fronteiras, nem cercas, nem muros. Na terra de Deus somos movidos pelo sentido da fé que desafia a zelar pela mãe terra; da vida humana, como um imperativo da fé cristã e da responsabilidade cuidadora da vida.
Hoje, a realidade dos agricultores exige um desenvolvimento sustentável, com a participação cidadã da família da roça, a garantia de segurança alimentar, a valorização da agricultura familiar, a permanência do jovem no campo e o resgate da autoestima da família agricultora. É a partir dessa realidade que a diocese de Caxias do Sul acolhe a 36ª Romaria da Terra (Texto, resumido, do informativo Voz da Terra, setembro 2012)
O tema escolhido para a 36ª Romaria da Terra contempla três realidades vitais – Terra, Vida e Cidadania. A terra não é somente um meio de produção ou de acesso aos bens da natureza. A terra é todo o ambiente sagrado que propicia a vida, lugar da convivência, das relações, da ética, da solidariedade, da diversidade. Na terra, devemos ser mais ‘autores’ do que ‘atores’ da vida e da cidadania.
E o milagre da vida só é possível na terra. A terra é lugar sagrado, centro integrador da comunidade humana. A terra é um dom universal de Deus, vida para todos os seus filhos. Diante de tantas situações de morte, é fundamental resgatar o desafio da vida plena para todos.
Quanto à cidadania, é um desafio e uma construção da vida toda. É carregada de beleza e de compromissos com as causas da liberdade, da dignidade, da justiça e do bem comum.
O processo da cidadania é gerado a partir dos valores da cooperação, da solidariedade, da responsabilidade, da alegria e da paz. São necessárias as políticas públicas voltadas para a partilha das riquezas, produzir sem agredir o meio ambiente, a valorização do jovem agricultor, a democracia participativa, o cooperativismo, a agricultura familiar, a agroindústria familiar, as alternativas da economia solidária, as sementes crioulas, o consumo consciente, iniciativas de reciclagem, dos direitos fundamentais, na superação do consumismo, da competitividade e do modelo atual de produção, articulando a vida do campo e da cidade com objetivos comuns.
Sem cercas - Nesse horizonte, a terra e a cidadania se constituem caminhos e princípios do bem viver, único destino, causa e sentido da vida humana. Na terra de Deus não há fronteiras, nem cercas, nem muros. Na terra de Deus somos movidos pelo sentido da fé que desafia a zelar pela mãe terra; da vida humana, como um imperativo da fé cristã e da responsabilidade cuidadora da vida.
Hoje, a realidade dos agricultores exige um desenvolvimento sustentável, com a participação cidadã da família da roça, a garantia de segurança alimentar, a valorização da agricultura familiar, a permanência do jovem no campo e o resgate da autoestima da família agricultora. É a partir dessa realidade que a diocese de Caxias do Sul acolhe a 36ª Romaria da Terra (Texto, resumido, do informativo Voz da Terra, setembro 2012)
Fonte: http://www.correioriograndense.com.br/correio/edicoes/frame.php?edicao=339
Nenhum comentário:
Postar um comentário