quinta-feira, 7 de março de 2013

Em 1973, o padre Caffarel cede o lugar a uma equipe mais jovem.



Henri Caffarel nasce em Lyon (França), em 30 de julho de 1903. Inicia seus estudos em uma escola religiosa, faz o Ensino Médio com maristas e ingressa na Faculdade de Direito, da qual se afasta por problemas de saúde. Freqüenta a Maison des Etudiants Catholiques (MEC). Aos vinte anos, decide “entrar na intimidade com Cristo e trazer outros para ela”. Após o serviço militar, vê-se dividido por sentimentos conflitantes porque, apaixonado pela “oração interior”, pensa em se tornar monge cisterciense.
“Na oração, descubro o amor do Senhor em relação a mim:

Ele me ama desde sempre, tal como sou.

Então reajo:

abro-me ao amor de Cristo, ofereço-me a Ele.

Pergunto-lhe:

‘Senhor, que queres que eu faça?’ e espero por Ele”. Tal paixão pela mística o acompanhará pela vida a fora. Orientado pelo padre Ghika, Henri cursa teologia em Paris, onde é ordenado sacerdote, em abril de 1930, pelo cardeal Verdier. De 1931 a 34, exerce seu dinamismo apostólico na JOC – Juventude Operária Católica, através de retiros. Em 1934, assume o setor de comunicação no Secretariado da Ação Católica, onde funda o boletim Choisir, para guiar os cristãos no mundo do audiovisual. Continua a pregar retiros com olhar penetrante, palavras calorosas e “fogo devorante”.

    Equipes de Nossa Senhora

Em 1938, quatro jovens casais, cristãos convictos, pedem-lhe que os guie. “Façamos o caminho juntos”, ele responde. A primeira reunião acontece em fevereiro de 1939, em um apartamento. Nas próximas, pe. Caffarel deixa claro que o casal é a imagem viva do amor que une Cristo à sua Igreja.

       Eles fazem a experiência da vida comunitária:

- “onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles” (Mt 12, 20).

A vida progride, então, em três vertentes:

- união com Deus, união entre esposos e casais e acolhimento aos outros. Outras equipes se formam. A reflexão se alarga e se aprofunda.

A revista “L’Anneau d’Or” (O anel de ouro) difunde pelo mundo a experiência espiritual desses grupos, cuja multiplicação exige uma “Regra”:

- a Carta das Equipes de Nossa Senhora.

Eis suas metas essenciais:

- viver o matrimônio e aprofundar a fé com a ajuda de uma equipe. Os meios são: oração conjugal e familiar; diálogo sob o olhar de Deus; reunião mensal para oração e partilha; uma regra pessoal de vida e retiro espiritual. Reunidos sob a invocação de Notre-Dame des Foyers (Nossa Senhora das Famílias), os casais crescem em espiritualidade conjugal e familiar, que contempla também uma mística da sexualidade no contexto da criação. Desde 1954 até hoje, vários encontros internacionais confirmam que o amor humano é o caminho para a santidade e o “casal é o rosto sorridente e doce da Igreja” (Paulo VI). Hoje, milhares de casais, espalhados pelo mundo, vivem a beleza da vocação conjugal e familiar para a santidade e testemunham um modelo de Igreja doméstica, fundamental para a transformação do homem moderno.

O silêncio místico em Troussures

Em 1973, o padre Caffarel cede o lugar a uma equipe mais jovem, que continua o “grande esforço de oração, de reflexão e de transformação, para descobrir a vontade de Deus sobre o movimento e sua missão...” e se recolhe em Troussures, 80 quilômetros de Paris, onde funda uma escola de oração “como o meio ideal para despertar e desenvolver o ‘coração novo’”.

Escreve muito (mais de 15 obras) e lá permanece até a morte, em 1996. É a última lição de humildade deste homem “sedento de Deus”, que, além de articular uma nova espiritualidade conjugal, conseguia permanecer horas em oração interior, sem se mover, recolhido no mais profundo de si.

fonte: http://ensjacarei.blogspot.com.br/p/henri-caffarel_5.html

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