Henri Caffarel nasce em Lyon (França), em 30 de julho de 1903. Inicia seus estudos em uma escola religiosa, faz o Ensino Médio com maristas e ingressa na Faculdade de Direito, da qual se afasta por problemas de saúde. Freqüenta a Maison des Etudiants Catholiques (MEC). Aos vinte anos, decide “entrar na intimidade com Cristo e trazer outros para ela”. Após o serviço militar, vê-se dividido por sentimentos conflitantes porque, apaixonado pela “oração interior”, pensa em se tornar monge cisterciense.
“Na
oração, descubro o amor do Senhor em relação a mim:
Ele
me ama desde sempre, tal como sou.
Então
reajo:
abro-me
ao amor de Cristo, ofereço-me a Ele.
‘Senhor,
que queres que eu faça?’ e espero por Ele”. Tal paixão pela mística o
acompanhará pela vida a fora. Orientado pelo padre Ghika, Henri cursa teologia
em Paris, onde é ordenado sacerdote, em abril de 1930, pelo cardeal Verdier. De
1931 a 34, exerce seu dinamismo apostólico na JOC – Juventude Operária
Católica, através de retiros. Em 1934, assume o setor de comunicação no
Secretariado da Ação Católica, onde funda o boletim Choisir, para guiar os
cristãos no mundo do audiovisual. Continua a pregar retiros com olhar
penetrante, palavras calorosas e “fogo devorante”.
Equipes de Nossa Senhora
Em
1938, quatro jovens casais, cristãos convictos, pedem-lhe que os guie. “Façamos
o caminho juntos”, ele responde. A primeira reunião acontece em fevereiro de
1939, em um apartamento. Nas próximas, pe. Caffarel deixa claro que o casal é a
imagem viva do amor que une Cristo à sua Igreja.
Eles fazem a experiência da vida
comunitária:
-
“onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles” (Mt
12, 20).
A
vida progride, então, em três vertentes:
-
união com Deus, união entre esposos e casais e acolhimento aos outros. Outras
equipes se formam. A reflexão se alarga e se aprofunda.
A
revista “L’Anneau d’Or” (O anel de ouro) difunde pelo mundo a experiência
espiritual desses grupos, cuja multiplicação exige uma “Regra”:
-
a Carta das Equipes de Nossa Senhora.
Eis
suas metas essenciais:
-
viver o matrimônio e aprofundar a fé com a ajuda de uma equipe. Os meios são:
oração conjugal e familiar; diálogo sob o olhar de Deus; reunião mensal para
oração e partilha; uma regra pessoal de vida e retiro espiritual. Reunidos sob
a invocação de Notre-Dame des Foyers (Nossa Senhora das Famílias), os casais
crescem em espiritualidade conjugal e familiar, que contempla também uma
mística da sexualidade no contexto da criação. Desde 1954 até hoje, vários
encontros internacionais confirmam que o amor humano é o caminho para a
santidade e o “casal é o rosto sorridente e doce da Igreja” (Paulo VI). Hoje,
milhares de casais, espalhados pelo mundo, vivem a beleza da vocação conjugal e
familiar para a santidade e testemunham um modelo de Igreja doméstica,
fundamental para a transformação do homem moderno.
Em
1973, o padre Caffarel cede o lugar a uma equipe mais jovem, que continua o
“grande esforço de oração, de reflexão e de transformação, para descobrir a
vontade de Deus sobre o movimento e sua missão...” e se recolhe em Troussures,
80 quilômetros de Paris, onde funda uma escola de oração “como o meio ideal
para despertar e desenvolver o ‘coração novo’”.
Escreve muito (mais de 15 obras) e lá permanece até a morte, em 1996. É a última lição de humildade deste homem “sedento de Deus”, que, além de articular uma nova espiritualidade conjugal, conseguia permanecer horas em oração interior, sem se mover, recolhido no mais profundo de si.
fonte: http://ensjacarei.blogspot.com.br/p/henri-caffarel_5.html
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