Pe. Zezinho
Quem já presenciou algum show meu e dos cantores que me acompanharam nos
últimos 20 anos sabe que repito religiosamente, como se fosse numa
missa, cinco a dez gestos fundamentais. Um deles é o da rosa machucada.
Com uma rosa na mão pergunto ao povo se ela é bonita. Depois vou
quebrando-lhe simbolicamente o pé, a coluna, o pescoço, tiro um pedaço
de seu miolo, perguntando, após cada gesto, se ela ficou mais feia ou
menos perfumada por causa disso. O povo responde que ela continua
bonita, mesmo ferida. Então peço que digam o mesmo aos doentes de sua
casa!
Numa turnê pelo norte de Minas Gerais, assim que acabei o gesto, uma humilde e sorridente senhora gritou. - Dá ela pra mim, padre! Revidei: -Mas está toda quebrada. Vou-lhe dar uma outra! E ela: - Outra não. Eu quero é “ela”, quebrada do jeitim que tá!
Numa turnê pelo norte de Minas Gerais, assim que acabei o gesto, uma humilde e sorridente senhora gritou. - Dá ela pra mim, padre! Revidei: -Mas está toda quebrada. Vou-lhe dar uma outra! E ela: - Outra não. Eu quero é “ela”, quebrada do jeitim que tá!
Aproveitei o episódio para uma catequese sobre adoção de filhos e sobre as mães compassivas e as muitas flores humanas machucadas, que outras pessoas encostam ou jogam fora. De certa forma, alguns de nós temos mais facilidade para adotar e cuidar de flores e gatinhos feridos do que de pessoas machucadas. Não era o caso daquela senhora, mas é o de muita gente que, não sabendo o que fazer por alguém ferido, vira-lhe as costas.
É claro que há limites. Se você oferece o que pode e o que sabe pelo amigo e, mesmo assim, ele não quer sua ajuda nem ouve seus conselhos, você fica meio amarrado pela liberdade dele. Nesses casos, entrega-se o revoltado nas mãos de Deus! Pode não ser possível restaurar uma rosa ferida, mas já é alguma coisa se a gente a quer daquele jeito e a ajuda como pode! Foi o que aquela senhora fez! Deve ser por isso que tinha um olhar de mulher realizada…
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