
Mons. François Fleischmann
Ex-conseilheiro espiritual da ERI.
Qual é o itinerário de uma causa de canonização? Esclareça-se que, se pensamos primeiro na beatificação, é à canonização que queremos chegar.
A Santa Sé estabeleceu um rigoroso procedimento que assumimos seguir, logo que adquirimos a convicção de que Henri Caffarel fazia jus a isso. Trata-se de reunir o maior número de elementos de apreciação para serem submetidos à Congregação para a Causa dos Santos e, depois ao Santo Padre.
A primeira etapa desenrolou-se ao nível da diocese de Paris. Protagonista da Causa, a Associação dos Amigos do Padre Caffarel designou um postulador e apresentou ao Arcebispo o pedido de abertura da Causa. O Arcebispo, de comum acordo com os bispos da Província e com o bispo de Beauvais (pois foi na sua diocese que o Padre Caffarel faleceu) decidiu abrir a Causa: o decreto foi publicado no Encontro de Lourdes em setembro de 2006, no dia em que celebrávamos o décimo aniversário da morte do Pe. Caffarel.

Foi possível iniciar simultaneamente os trabalhos destas três instâncias, pois tratava-se de não atrasar a audição das testemunhas contemporâneas daquele que passou a ter a qualidade de “Servo de Deus”. Esta comissão é presidida por um delegado episcopal, Dom Fréchard, arcebispo emérito de Auch. É assistido por um “promotor de justiça”, encarregado de verificar que todas as questões úteis sejam abordadas, na boa observância dos procedimentos, especialmente durante o interrogatório das testemunhas ou dos peritos historiadores. Um escrivão assegura que todas as atas sejam corretamente registadas.

Esperamos que o inquérito diocesano seja concluído nos próximos meses; será então conveniente encerrar solenemente esta primeira etapa a fim de transmitir o processo para Roma, se este for o desejo de nosso Arcebispo. Esclareça-se que o inquérito tem caráter “informativo” e não visa emitir um juízo.

A positio será submetida aos Consultores e depois à assembleia dos Cardeais da Congregação para a Causa dos Santos. Se as suas conclusões forem positivas, poderão apresentar ao Santo Padre um projeto de decreto sobre a heroicidade das virtudes. Se a decisão do Papa for favorável, o Servo de Deus torna-se “Venerável”.
Fica a faltar o milagre. Porque o Papa precisa de sinais vindos do céu para confirmar a santidade de um fiel. Se surgir uma cura inexplicável em consequência de uma intercessão do Pe. Caffarel, será então necessário, na diocese onde ocorreu a cura, abrir um duplo inquérito, conduzido por uma comissão de peritos médicos e por uma comissão diocesana. Os resultados desse inquérito diocesano serão comunicados a Roma que os examinará pelos seus próprios peritos na sua assembleia plena. Novamente, caberá ao Papa aprovar ou não o milagre. Se ele consentir, o caminho estará aberto para a beatificação.

Irão certamente perguntar quanto tempo esse procedimento vai levar. Respondo que com certeza demorará vários anos, mas não posso dizer quantos.
Todo esse processo é complexo e rigoroso. Cabe-nos dar-lhe pleno sentido através da nossa oração ao Senhor, na nossa confiança na santidade de Henri Caffarel.
BOLETIM DE LIGAÇÃO N° 12
Janeiro 2013
ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO PADRE CAFFAREL
49 RUE DE LA GLACIERE
F-75013 PARIS
www.henri-caffarel.org
DOS
AMIGOS
DO PADRE
CAFFAREL
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