Quando ainda não tínhamos a Carta (Os Estatutos), as
equipes corriam o perigo que espreita todo Movimento
cuja mística não é alicerçada sobre obrigações (Pontos
Concretos de Esforço): os ânimos se inflamam no sopro
desta mística, mas a vida continua estagnada. Graças à
Carta, hoje os equipistas estão firmemente sustentados pelas obrigações (PCEs). Mas, atenção para este novo perigo: esvaziar as obrigações de seu espírito.
É preciso, de
fato, temer que a prática das obrigações se torne um fim,
um ideal, o máximo, e que pareça aos membros das equipes de que a perfeição cristã consiste em cumprir as obrigações da Carta. Eles se considerarão perfeitos e dormirão
confortavelmente sobre o travesseiro da autossatisfação e
da consciência tranquila...
Recentemente, recebi uma carta provando-me que este
perigo não é ilusório. Ela vem de um casal de grande estatura humana e espiritual.
Eis o que ele me escreveu:
“Deixamos a nossa Equipe de Nossa Senhora depois de ter
feito parte dela por muitos anos. Sentíamo-nos sufocados:
tínhamos a impressão de que vivíamos em um mundo fechado em seus pequenos problemas, em um mundo que
não queria ver as reais necessidades do ideal evangélico.
A observância da Carta tornava-se, em determinados dias,
como um biombo de hipocrisia que deixava que cada um
ficasse contente consigo mesmo de forma barata e fechasse os olhos e os ouvidos para todos os questionamentos
da sociedade atual”.
Da mesma forma, aconteceu comigo mais de uma vez, em
viagem, ouvir críticas relacionadas com uma equipe: acusavam-na de ser fechada, de constituir “o clã dos justos”,
a “seita dos puros”.
Eu sei que a maioria das equipes não merecem essas críticas. Mesmo assim, não posso deixar de me fazer essa
pergunta angustiante: Nossas equipes são elas formadoras
de cristãos, ou produzem fariseus? [...]
A finalidade (das equipes) é a vida cristã em sua plenitude, assim como é definida na primeira página
da Carta: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é
perfeito”.
Editorial da Carta Mensal francesa, nº 3, ano XIII, dezembro de 1959. Padre Caffarel
Capítulo 4 tema de estudo 2020
Capítulo 4 tema de estudo 2020
Nenhum comentário:
Postar um comentário