“E não cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos”. Gálatas 6:9
segunda-feira, 28 de julho de 2008
A Herança do Padre Caffarel - parte III
A fundação das Equipes – as exigências
É evidente que a maior herança do Pe. Caffarel é a fundação das Equipes de Nossa Senhora.
O desenvolvimento das Equipes em numerosos países -a presença de vocês aqui o
testemunha -mostra bem que a herança está viva.
Dentro dos limites desta exposição, desejaria voltar somente a alguns aspectos da obra do Pe.
Caffarel e da sua ação, no prolongamento do que já expus. Apóio-me em duas das suas
intervenções: Os objetivos do movimento, uma conferência feita em 1952 aos Responsáveis;
e, mais tarde, a conferência aos Regionais europeus em Chantilly, 40 anos após a Carta, em
1987.
Em 1952, os objetivos do Movimento são expostos em quatro pontos:
-uma escola de vida cristã: « adquirir a compreensão da vida cristã, do que ela é, de todas
as riquezas do dogma» e, notadamente, a descoberta das Escrituras, à luz da tradição. «É a
vida cristã, no seu todo, em toda a sua amplitude, que é preciso tentar descobrir nas Equipes
de Nossa Senhora, porque os equipistas das Equipes de Nossa Senhora devem desejar viver
com Cristo, como Cristo, por Cristo, em toda a parte, na esfera conjugal, sem dúvida, nas
suas relações com os filhos, com certeza, mas também na profissão, na cidade, na paróquia,
no seu lazer.»
Não se procura apenas «convencer os espíritos», mas ajudar-se mutuamente a viver esta vida
cristã em toda a sua perfeição. Ajudar-se a viver o que se descobre. Tudo se ordena com vista
a este auxílio mútuo: auxílio material, auxílio perante as dificuldades morais; auxílio para
descobrir juntos as dimensões da caridade.
«Todos os nossos meios, nas Equipes de Nossa Senhora, todas as obrigações que são
assinaladas na Carta não têm outro objetivo senão ajudar à descoberta, à prática da perfeição
da caridade.» Assim, a coparticipação, a regra de vida de cada casal, o dever de sentar-se.
-um laboratório para a espiritualidade do cristão leigo casado – disso já falamos. Assinalemos
que os equipistas são chamados a refletir na maneira de viver os «conselhos evangélicos » no
casamento, na pobreza, na castidade. Trata-se sempre de «ajustar a sua vida ao Evangelho».
-um centro de difusão. Um dos seus objetivos é contribuir para a preparação dos jovens ao
casamento. Igualmente, numa «política de círculos concêntricos», o Pe. Caffarel pede às
Equipes que trabalhem não apenas na sua expansão, mas ainda que levem outros casais à
espiritualidade pela participação em retiros ou recolhimentos, ou ainda em conferências .
-um testemunho. Simplesmente o testemunho da caridade fraterna, no espírito da palavra de
Jesus : «Reconhecerão por este sinal que sois meus discípulos, porque vos amais uns aos
outros». Os casais, diz a Carta, «querem que o seu amor, santificado pelo sacramento do
matrimônio, seja um louvor a Deus, um testemunho aos homens, provando-lhes com
evidência que Cristo salvou o amor…»
O Pe. Caffarel reagiu à crítica muitas vezes feitas às Equipes de se considerarem uma elite,
algo fechada. Ouçamo-lo: «Eu queria convidá-los simultaneamente ao orgulho e à modéstia.
Ao orgulho porque temos uma missão a cumprir, uma missão limitada, é claro, mas missão,
apesar de tudo. […] Mas, ao mesmo tempo, queria que tivessem um sentimento muito forte da
nossa pobreza. Nós somos pecadores, por conseqüência não devemos nos vangloriar da
missão recebida, mas pelo contrário sentir o seu peso. Contudo, atenção, é preciso que a
modéstia, a humildade cristã, não seja algo que enfraqueça a coragem.»
Monsenhor François FLEISCHMANN
Roma 2003
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