quinta-feira, 3 de maio de 2012

Eu sou a videira! Aceitamos as podas? Quem são as tesouras?



A Liturgia nos fala da UNIDADE profunda dos discípulos com o Ressuscitado,  através da imagem da VIDEIRA verdadeira.
Devem "permanecer" em comunhão de vida com Cristo e com a comunidade.




Na 1a Leitura, PAULO narra a experiência do Caminho de Damasco para ser aceito na Comunidade. (At 9,26-31) Três anos após a sua conversão, Paulo vai a Jerusalém  para se encontrar com Pedro e se integrar com a Comunidade.
Lá o antigo perseguidor encontrou um clima de medo e de desconfiança.  Mas ele não se decepcionou, nem se afastou da comunidade, pelo contrário, "permaneceu" unido a Cristo e à Comunidade.
Cristianismo não é só um encontro pessoal com Jesus Cristo, é também uma experiência de partilha da fé e do amor com os irmãos.

* Quem são os "Paulos", hoje?

- NÓS também, muitas vezes, podemos encontrar dificuldade para permanecer em comunhão com os irmãos de nossa comunidade:
- Diante das contrariedades, somos tentados a abandonar tudo…
- Nenhum motivo nos deve levar a renunciar à unidade…
- Quantas pessoas são vistas com reservas ou desconfiança na Comunidade e não encontram um "Barnabé" que acredite nelas!
- Sabemos acolhê-las com alegria e compreensão?

Na 2a Leitura, João ensina que a nossa fé se manifesta através das obras de amor. (1Jo, 3,18-24)
Permanecendo unidos a Cristo, circulará também em nós a sua vida (seiva).
No Evangelho, Jesus afirma "Eu SOU a Videira Verdadeira". (Jo 15,1-8)
Essas palavras, numa ceia de despedida, representam o seu "Testamento".

- Na Bíblia, a imagem da "Vinha" é muito freqüente:

Israel era considerado uma vinha plantada pelo próprio Deus, mas que não produziu os frutos esperados.
E Deus, o vinhateiro, foi obrigado a abandoná-la, permitiu que fosse destruída…
- JESUS se apresenta como a "Videira verdadeira", capaz de produzir frutos que Israel não produziu.

Jesus é o tronco, nós somos os ramos e o Pai é o Agricultor. Ele cuida da videira, poda os ramos para produzirem mais. Os ramos secos ele corta e joga no fogo.

Para dar FRUTOS, os "Ramos" precisam de DUAS COISAS:
+ da Seiva da Videira, que é Cristo, pois "sem mim nada podeis fazer".

O texto fala 8 vezes em "permanecer em Cristo" e 7 vezes em "dar frutos". Se não "permanecermos" unidos a Cristo, recebendo essa seiva, nos tornaremos ramos secos e estéreis, que serão cortados e excluídos...

* Poderão ser eficazes os nossos trabalhos pastorais, sem a seiva dessa videira e o contato com Jesus, através da oração?
+ da Poda : Quem não viu já a poda de um parreiral?...

As gotas até parecem lágrimas chorando de dor pela poda... dolorosa... mas necessária... "para dar mais fruto".
- Sem a poda, poderá ter muita folha e pouco fruto...

* Aceitamos as podas? Quem são as tesouras?

- Deus, como trabalhador da vinha, se encarrega de fazer a poda. A sua Palavra põe às claras as nossas limitações e falhas…e PODA nosso egoísmo, o orgulho, a vaidade, a falsidade, a ganância...
- As pessoas afastadas: com críticas duras e ásperas contra a Igreja…

* Não poderiam se tornar uma poda salutar, ainda que muito dolorosa?
- As pessoas participantes: por motivos pessoais, também podem "podar"...

* Sabemos aceitar com humildade e tranqüilidade?
- Familiares: "Gostaria de atuar, mas o marido (ou esposa...) não deixa..."
+ Poderíamos resumir a mensagem de hoje em três Palavras:

Um Apelo: "Produzir frutos…"

Uma Condição: "Permanecer unido a ele". Para isso, precisa:

- Gastar tempo com ele. Nenhum trabalho, mesmo pastoral, justificao abandono do encontro pessoal com Cristo, na Oração.Jesus nos adverte: "Sem mim NADA podeis fazer".Devemos antes falar com Deus... para depois falar de Deus...
- Alimentar a nossa espiritualidade com esta "seiva divina",que é a graça de Deus, na escuta da Palavra, na prática sacramental...
- Uma Advertência: Cristão que não "permanece" com ele não dá frutos.
Tornar-se-á então um "galho seco" que será cortado e jogado ao fogo... Isso acontece com aqueles que se separam de Cristo e da própria Comunidade
Hoje, Cristo continua produzindo frutos, que agradam ao Pai, por meio dos cristãos de nossas comunidades,  que "permanecem" sempre unidos a Cristo.

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 06.05.2012

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