quinta-feira, 2 de agosto de 2012

24/7 ousar o evangelho - XI Encontro Internacional das ENS

Bom Dia! A terça-feira de 24 Julho foi para mim uns dos dias mais emocionantes deste encontro! "Ter compaixão" em um mundo que nos endurece o coração. Chorei bastante na palestra Terezinha e Daniel Godri , equipistas do Paraná.









«Encheu-se de compaixão» (Lucas 10,33) (Timothy RADCLIFFE)


O samaritano viu o homem caído à beira da estrada e encheu-se de compaixão. Isto significa literalmente que as suas entranhas foram tocadas. Ficou comovido no âmago do seu ser. A palavra “compaixão” significa sentir com alguém. É bom sentir por alguém. Isso faz parte da compaixão, mas, sem mais, pode ser paternalista ou condescendente. Temos também de sentir com as pessoas, respeitando como elas se sentem e como vêem as coisas.









Estes são, pois, as duas faces da compaixão: tenho de ver a pessoa como um ser humano como eu, meu irmão ou minha irmã. Tenho também de aprender a vê-la como sendo diferente de mim, como fruto da sua experiência única, que eu não posso conhecer totalmente. Há dois dias, quando falei do amor, disse que ele implica que nos aproximemos do outro na intimidade, mas também que lhe demos espaço para ser ele próprio. O samaritano aproxima-se mas também deixa o homem ferido na estalagem para continuar a sua própria vida.



O Brasil é a terra do grande Hélder Câmara, o santo Arcebispo do Recife. Ele é um maravilhoso exemplo da compaixão neste primeiro sentido. Foi muitas vezes acusado de ser comunista por causa da sua preocupação com os pobres que vivem nas favelas das colinas à roda da cidade. Dizia ele: «Se eu não subir às suas favelas nas colinas para os saudar como meus irmãos e minhas irmãs, eles descem das colinas para as cidades com bandeiras e armas».



Às vezes, quando ouvia dizer que um pobre tinha sido detido pela polícia, Hélder Câmara telefonava para a polícia e dizia: «Ouvi dizer que tinham prendido um irmão meu». E a polícia desfazia-se em desculpas: «Que erro terrível, Excelência! Não sabíamos que era seu irmão. Ele vai ser liberto imediatamente!». E, quando o Arcebispo ia à polícia buscar o homem, podia dar-se o caso de o agente dizer: «Mas ele não tem o mesmo nome que Vossa Excelência». E Câmara respondia que todos os pobres eram seus irmãos e suas irmãs.

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Testemunho: Conflito e paz no mundo de hoje (Terezinha e Daniel Godri)


Somos Terezinha e Daniel Godri -Equipe 40 – Nossa Senhora da Fraternidade.- setor B- Curitiba Paraná.
Temos 3 filhos e estamos neste movimento há 30 anos.

Nosso principal desejo é que este depoimento seja para maior gloria da Santíssima Trindade e em louvor a Maria Santíssima nossa mãe e mãe de Deus.
 Leia o testemunho em...  http://www.brasilia2012.com.br/ens/index-pt.php?page=detalhes-dia-a-dia&id=31

Intercessores, unidos às Equipas de Nossa Senhora e à Igreja (Maria Cristina e Jorge D. Zea)


XI Encontro Internacional das ENS, Brasília 2012



Permitam-nos abordar este tema repetindo algo que já ouviram nas intervenções anteriores: «Estou preocupado com o alimento espiritual das nossas Equipas. Creio que o momento actual exige um suplemento de oração. Com efeito, solidez, vitalidade, força de expansão, alimentam-se com a oração, tanto a nível do Movimento como dos indivíduos. Faço, portanto, um apelo urgente a voluntários […] Estou convencido de que o Movimento tem necessidade deles e deles tirará imenso proveito». Efectivamente, assim se dirigiu o Pe. Caffarel ao Movimento no seu editorial da Carta Mensal das Equipas de Nossa Senhora de Março de 1960.



E a partir desse instante nascem os Intercessores, embora tenham tido outro nome no início, para responder ao apelo do Fundador, para rezarem pelo Movimento e pelos seus membros: casais e conselheiros espirituais.



A oração é o alimento espiritual do homem na sua relação e comunicação com Deus. Desde tempos imemoriais, o homem procura a transcendência, procura Deus e procura comunicar com Ele através da palavra. «Ele é a Palavra», diz-nos o apóstolo João, no início do seu Evangelho, ao referir-se a Jesus Cristo, que veio ao mundo para consolidar essa relação, essa comunicação com o ser humano; para ser o grande, o único intercessor diante do Pai. E, ao longo da sua permanência na terra, intercedeu pelos seus discípulos, pelos doentes que curava, pelos milagres que realizava nas regiões por onde passava e por si próprio, cumprindo até ao fim a sua tarefa de salvação.



E deixou-nos esse grande legado de oração, que ensinou a pedido dos discípulos, na qual se estabelecem as bases da intercessão daí para a frente: dirigir-nos ao Pai com confiança, com a verdade e a humildade de filhos amados, aceites, perdoados; pedir o seu apoio, o seu amparo, a sua intervenção para o nosso aperfeiçoamento espiritual na nossa passagem por este mundo.



Sábio pedido, o do Pe. Caffarel; os seus frutos estão aqui representados em vós, no dinamismo, na força, na universalidade das Equipas; sem medo de nos enganarmos, podemos dizer, ao olhar os nossos vizinhos à direita e à esquerda, que hoje estamos aqui graças ao trabalho silencioso mas eficaz dos Intercessores, esse «círculo invisível para que a graça de Deus se difunda na vida dos casais e, de forma mais ampla, na Igreja e no mundo», a que se referiu o Pe. Paul-Dominique Marcovits o.p. em Paris há dois anos, na celebração do 50º aniversário do início dos Intercessores.

Com efeito, esses 3 500, entre casais, homens, mulheres, jovens, famílias, padres e religiosos que hoje constituem os Intercessores em todo o mundo, que hoje respondem ao apelo do Pe. Caffarel, cobrindo as 24 horas do dia em oração, em jejum ou em oferenda, fazem aquilo que o Catecismo da Igreja Católica define — «Na intercessão, aquele que ora não olha aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros» —, e o que tinha começado como um pedido pelo Movimento e pelos seus membros foi-se alargando na caridade.



Assim, partindo deste propósito fundamental, a pouco e pouco foram-se unindo aos Intercessores outros não equipistas, e foram-se ampliando também as intenções, para atender às necessidades e aos pedidos de outros que acreditam no poder da oração à maneira de Cristo: oração universal, «Pai, não Te peço que os retires do mundo, mas que os livres do Maligno… Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem».



E, ao fazer isto, não o fazemos isolados como uma ilha nem como um clube privado, exclusivo e exclusivista, mas inseridos no corpo da Igreja, de que as Equipas orgulhosamente são parte integrante e vital e da qual nos alimentamos também na prática da nossa orientação fundamental: «Viver a fundo as exigências do Evangelho, os compromissos do baptismo».



Unidos também à Igreja Universal na comunhão dos santos, como disse o Pe. Marcovits: «Um intercessor, um casal que intercede durante a noite ou de dia, nunca está só… Os santos unem-se a nós nesta oração, inspirada pelo Espírito Santo e levada ao Pai pelo Filho… porque… toda a oração é uma entrada na vida trinitária e também no grande movimento de súplica da Igreja da terra e do céu».



Podíamos continuar aqui a alargar-nos, mas gostávamos de chamar a vossa atenção para a mensagem que Sua Santidade Bento XVI nos enviou recentemente sobre a oração: «… na nossa oração deveriam fundir-se petição, louvor e acção de graças, mesmo quando nos parece que Deus não responde às nossas esperanças concretas. O abandono ao amor de Deus, que nos precede e acompanha sempre, é uma das atitudes de fundo do nosso diálogo com Ele. […] Para além do que Deus nos dá quando O invocamos, o maior dom que Ele nos concede é a sua amizade, a sua presença, o seu amor. O dador é mais precioso do que o dom».



Actualmente, os Intercessores estão presentes na Europa, na África Central, na Austrália, na Oceânia, no Canadá, nos Estados Unidos e na América Central e do Sul. O número dos Intercessores está a aumentar, especialmente aqui na América Latina.

Na Colômbia, com mais de 760 Intercessores [156 casais orantes; 45 casais com acção individual (oração, oferenda ou jejum); 16 padres; 3 religiosos e religiosas e 532 pessoas individuais] recebem-se continuamente as intenções de oração, que lhes são enviadas por correio electrónico duas vezes por mês. E assim acontece no mundo inteiro, pelo que precisamos de «Voluntários», Intercessores que rezem:


– pelo fortalecimento da vida cristã, da espiritualidade dos casais e dos conselheiros das Equipas de Nossa Senhora;
– que intercedam pelas necessidades de todos os que nos procuram, façam ou não parte do Movimento;
– pelos outros casais e famílias do mundo;
- pela Igreja e pela humanidade.

Tenhamos presente que a Intercessão não obtém a sua força do que pedimos, mas da graça de Deus que nos ama e a quem nós amamos, porque por amor tudo se pode pedir.

Amigo equipista, não é difícil; o primeiro beneficiário és tu. Esperamos por ti, atreve-te; os Intercessores rezam pelas tuas intenções.

Muito obrigado.

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