PORTO ALEGRE, RS, 12/12/2012: Hunter Doherty "Patch" Adams, que inspirou o filme Patch Adams _ O amor é contagioso, estrelado por Robin Williams, em 1998, palestra para médicos, enfermeiros e estudantes de medicina, no Hospital São Lucas da PUCRS, na tarde desta quarta-feira. A conversa foi marcada por performances inusitadas do médico norte-americano de 67 anos sobre como o humor pode tornar a vida mais saudável.
Famoso médico norte-americano palestrou para médicos, enfermeiros e estudantes de medicina, no Hospital São Lucas da PUCRS
Foto:
Mauro Vieira / Agencia RBS
Taís Seibt
Um auditório cheio de jalecos brancos aplaude de pé um médico que veste calças de estampa floral e camisa de bolinhas coloridas. Hunter Doherty Adams, mais conhecido pelo apelido, Patch (que significa "remendo"), age como um palhaço, todos os dias, há 50 anos.
Nesta terça-feira, ele arrancou risos de médicos, enfermeiros e estudantes de medicina, no Hospital São Lucas da PUCRS. Mas apesar de ter se especializado em fazer as pessoas rirem, Patch Adams afirma que rir não é o melhor remédio. A amizade é. O riso é apenas uma graxa que lubrifica as relações.
Magricela, nerd e filho de militar, Patch cresceu no sul dos Estados Unidos em uma época em que o país vivia a Guerra do Vietnã e os negros estudavam em escolas separadas dos brancos. Não fazia muito sucesso com as meninas e era alvo fácil para os rapazes brigões. Chegou a tentar o suicídio quando adolescente e foi parar em um sanatório. Vem de lá a lição de que quem tem companhia não precisa de Prosac. "O humor salvou a minha vida", diz ele, que abriu uma clínica para tratar doentes mentais sem usar medicamentos.
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Para aprender a ter graça — e mudar outras vidas —, durante dois anos, passou tardes em um elevador de Washingon e fez muitas ligações para telefones desconhecidos. A cena reconstituída com a participação de um médico da plateia deve mudar o teor dos encontros nos elevadores do hospital.
Já os telefonemas estão cada vez mais raros na era da conectividade, embora Patch ainda utilize meios tradicionais para se comunicar — responde mais de 600 cartas por mês. Olhar nos olhos, tocar, sorrir, abraçar são dos meios mais tradicionais de interação que existem. E foi com um abraço coletivo que ele se despediu do público, depois de duas horas intercalando falas de crítica à guerra e ao capitalismo e performances inusitadas sobre como o humor pode tornar o cotidiano mais saudável. Se rir não é o melhor remédio, pelo menos é uma porta de entrada para o contato com o outro, caminho para uma vida sem dor.
fonte Zero Hora
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