◊ Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco tomou posse da Basílica de São Paulo Fora dos Muros na tarde deste domingo.
Francisco manifestou a alegria de celebrar a Eucaristia nessa basílica papal localizada sobre o túmulo de São Paulo, "Apóstolo humilde e grande do Senhor, que O anunciou com a palavra, testemunhou com o martírio e adorou com todo o coração".
Em sua homilia, o pontífice destacou três verbos importantes: anunciar, testemunhar e adorar. "Os apóstolos diante da ordem de não falar nem ensinar no nome de Jesus, de não anunciar mais a sua mensagem, respondem com clareza: Importa mais obedecer a Deus do que aos homens. E nem o fato de serem flagelados, ultrajados, encarcerados os deteve. Pedro e os Apóstolos anunciam, com coragem e desassombro, aquilo que receberam: o Evangelho de Jesus", disse ainda o Santo Padre.
"E nós? Somos nós capazes de levar a Palavra de Deus aos nossos ambientes de vida? Sabemos falar de Cristo, do que Ele significa para nós, em família, com as pessoas que fazem parte da nossa vida diária? A fé nasce da escuta e fortalece-se no anúncio", frisou o Papa.
Francisco disse ainda que "o anúncio de Pedro e dos Apóstolos não é feito apenas com palavras, mas a fidelidade a Cristo toca a sua vida, que se modifica, recebe uma nova direção, e é precisamente com a sua vida que dão testemunho da fé e anunciam Cristo".
No Evangelho, Jesus pede por três vezes a Pedro que apascente o seu rebanho. "Trata-se de uma palavra dirigida primariamente a nós, Pastores: não se pode apascentar o rebanho de Deus, se não se aceita ser conduzido pela vontade de Deus mesmo para onde não queremos se não estamos prontos a testemunhar Cristo com o dom de nós mesmos, sem reservas nem cálculos, por vezes à custa da nossa própria vida. Mas isto vale para todos: tem-se de anunciar e testemunhar o Evangelho".
"Como testemunho Cristo com a minha fé? Tenho a coragem de Pedro e dos outros Apóstolos para pensar, decidir e viver como cristão, obedecendo a Deus? No grande desígnio de Deus, cada detalhe é importante, incluindo o teu, o meu pequeno e humilde testemunho, mesmo o testemunho oculto de quem vive a sua fé, com simplicidade, nas suas relações diárias de família, de trabalho, de amizade. A incoerência dos fiéis e dos Pastores entre aquilo que dizem e o que fazem entre a palavra e a maneira de viver mina a credibilidade da Igreja", ressaltou ainda Francisco.

O Papa disse ainda que "adorar o Senhor quer dizer dar-Lhe o lugar que Ele deve ter; adorar o Senhor significa afirmar, crer – e não apenas por palavras – que só Ele guia verdadeiramente a nossa vida; adorar o Senhor quer dizer que estamos diante d’Ele convencidos de que é o único Deus, o Deus da nossa vida, da nossa história".
"Daqui deriva uma consequência para a nossa vida: despojar-nos dos numerosos ídolos, pequenos ou grandes, que temos e nos quais nos refugiamos, nos quais buscamos e muitas vezes depomos a nossa segurança. São ídolos que frequentemente conservamos bem escondidos; podem ser a ambição, o carreirismo, o gosto do sucesso, o sobressair, a tendência a prevalecer sobre os outros, a pretensão de ser os únicos senhores da nossa vida, qualquer pecado ao qual estamos presos, e muitos outros."

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