Igreja é composta por homens com defeitos e pecados e sublinhou que nem o Papa é exceção.
O Papa voltou a surpreender os fiéis, esta manhã, na
audiência semanal no Vaticano. Debaixo de chuva e sem proteção,
Francisco fez questão de cumprimentar e abençoar as milhares de pessoas
que se concentraram na Praça de São Pedro. Já durante a oração, o Papa
agradeceu a persistência dos fiéis, apesar do mau tempo. Na audiência,
lembrou que a Igreja é composta por homens com defeitos e pecados e
sublinhou que nem o Papa é exceção.
Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 90 mil fiéis lotaram a Praça S. Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira.
Depois
de fazer o giro da Praça para saudar a multidão, debaixo de garoa, o
Papa iniciou esta manhã um novo ciclo de catequeses, que tratará do
mistério da Igreja a partir de expressões presentes nos textos do
Concílio Vaticano II.
A primeira delas foi: a Igreja como família de
Deus. A parábola do filho pródigo, afirmou o Papa, indica bem o desígnio
de Deus para a humanidade. Ele quer fazer de nós uma única família,
para que cada um sinta sua proximidade e o seu amor.
Neste grande desígnio, a Igreja encontra sua raiz. A própria palavra “Igreja”, do grego ekklesia,
significa “convocação”: Deus nos convoca, nos impulsiona a sair do
individualismo, da tendência de fechar-se em si mesmo e nos chama a
fazer parte da sua família. Toda a história da salvação é a história de
Deus que busca o homem, lhe oferece o seu amor e o acolhe. Na plenitude
dos tempos, Ele mandou Seu Filho, Jesus Cristo, para nos comunicar a
vida divina.
A Igreja tem a sua origem na Cruz, do lado aberto de
Cristo de onde jorraram sangue e água, símbolos dos Sacramentos da
Eucaristia e do Batismo. No dia de Pentecostes, recebendo o dom do
Espírito Santo, Ela se manifesta ao mundo, anunciando o Evangelho e
difundindo o amor de Deus.
Ainda hoje, alguns dizem: “Cristo sim, a Igreja não”, “Eu acredito em Deus, mas não nos padres”. A eles, Francisco responde:
“Mas
é justamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a
Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Certamente há também
aspectos humanos; naqueles que a compõem, pastores e fiéis, há defeitos,
imperfeições e pecados: também o Papa tem pecados. E muitos! Mas o belo
é quando nos damos conta de que somos pecadores e encontramos a
misericórdia de Deus. Deus perdoa sempre. Não se esqueçam disso: Deus
perdoa sempre.”
Quando pecamos, ofendemos a Deus - afirmou. Mas Ele
nos dá a oportunidade de nos humilhar para perceber que existe algo
maior, que é a sua misericórdia.
Devemos nos perguntar: quanto eu amo
a Igreja? Rezo por ela? Sinto-me parte desta família? Neste Ano da Fé,
concluiu o Pontífice, peçamos ao Senhor que as nossas comunidades sejam
sempre mais verdadeiras famílias que vivem e transmitem o calor de
Deus.
No final da audiência, o Papa saudou de modo especial os jovens
poloneses que se reunirão em 1º de junho numa vigília em Lednica para
refletir sobre o tema da paternidade.
Aos romanos, o Santo Padre
recordou que nesta quinta-feira, festa de Corpus Christi, celebrará às
19h a Santa Missa em São João de Latrão, ao final da qual se realizará a
procissão que se concluirá em Santa Maria Maior. “Convido os fiéis de
Roma e os peregrinos a se unirem neste ato de profunda fé pela
Eucaristia, que constitui o mais precioso tesouro da Igreja e da
humanidade.”
A Rádio Vaticano transmitirá em este evento ao vivo, a partir das 14h – horário de Brasília – com comentários em português.
(BF)
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