100 mil na Praça São Pedro. Papa: "Palavras podem matar. Ame o próximo como a ti mesmo"
◊ Cidade do Vaticano (RV) – Neste ensolarado domingo de inverno, o Papa acolheu milhares de fiéis, romanos e turistas na Praça São Pedro e rezou com eles a oração dominical do Angelus. Como sempre, Francisco fez um breve discurso, comentando o Evangelho do dia e saudando os grupos organizados que vêm a Roma para este encontro.
A passagem do Evangelho de Mateus que narra o chamado ‘discurso da montanha’, a primeira pregação de Jesus e sua atitude diante da Lei Hebraica foram o tema da reflexão do Papa. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”, afirma Jesus, que não queria cancelar os mandamentos, mas cumpri-los.
Mas – questionou Francisco – o que significa ‘cumprir plenamente’ a Lei? E no que consiste a justiça superior? É o próprio Jesus a responder, comparando a Lei antiga com o que Ele diz, a partir do quinto mandamento: ‘Não matarás’.
Improvisando, o Papa acrescentou: “Quando se diz que uma pessoa é ‘linguaruda’, significa que faz mexericos. As fofocas podem matar a fama, o nome de uma pessoa; é tão feio difamar os outros. Se não fizéssemos fofocas, poderíamos ser santos. Queremos ser santos?” - perguntou o Papa aos fiéis. “Então evitemos mexericos”.
Com isso, Jesus nos recorda que também as palavras podem matar! Não se deve ameaçar a vida do próximo, mas menos ainda derramar nele o veneno da ira ou feri-lo com a calúnia. Jesus propõe a quem o segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de qualquer conjetura.
“O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus afirma que nossa relação com Deus não pode ser sincera se não fizermos as pazes com o próximo”, disse o Papa, citando Mateus 5,24: “Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. “Por isso somos chamados a nos reconciliar com nossos irmãos antes de manifestar devoção ao Senhor na oração”.
Este episódio explica que Jesus não dá importância simplesmente à disciplina e à conduta exterior. Ele vai à raiz da Lei, priorizando a intenção e indo ao coração do homem, a origem de nossas ações, boas ou más.
“Para termos um comportamento bom e honesto, não são suficientes normas jurídicas, mas motivações profundas que brotam da sabedoria de Deus e da ação do Espírito. Tendo fé em Cristo e abrindo-nos a esta ação, viveremos o amor divino. Este ensinamento de Cristo – concluiu o Papa – nos revela que a plenitude dos mandamentos se exprime realmente no Amor e que todos se unificam no maior deles: “Ame Deus de todo o coração e o próximo como a ti mesmo”.
(CM)
A passagem do Evangelho de Mateus que narra o chamado ‘discurso da montanha’, a primeira pregação de Jesus e sua atitude diante da Lei Hebraica foram o tema da reflexão do Papa. “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir”, afirma Jesus, que não queria cancelar os mandamentos, mas cumpri-los.
Mas – questionou Francisco – o que significa ‘cumprir plenamente’ a Lei? E no que consiste a justiça superior? É o próprio Jesus a responder, comparando a Lei antiga com o que Ele diz, a partir do quinto mandamento: ‘Não matarás’.
Improvisando, o Papa acrescentou: “Quando se diz que uma pessoa é ‘linguaruda’, significa que faz mexericos. As fofocas podem matar a fama, o nome de uma pessoa; é tão feio difamar os outros. Se não fizéssemos fofocas, poderíamos ser santos. Queremos ser santos?” - perguntou o Papa aos fiéis. “Então evitemos mexericos”.
Com isso, Jesus nos recorda que também as palavras podem matar! Não se deve ameaçar a vida do próximo, mas menos ainda derramar nele o veneno da ira ou feri-lo com a calúnia. Jesus propõe a quem o segue a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de qualquer conjetura.
“O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus afirma que nossa relação com Deus não pode ser sincera se não fizermos as pazes com o próximo”, disse o Papa, citando Mateus 5,24: “Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta”. “Por isso somos chamados a nos reconciliar com nossos irmãos antes de manifestar devoção ao Senhor na oração”.
Este episódio explica que Jesus não dá importância simplesmente à disciplina e à conduta exterior. Ele vai à raiz da Lei, priorizando a intenção e indo ao coração do homem, a origem de nossas ações, boas ou más.
“Para termos um comportamento bom e honesto, não são suficientes normas jurídicas, mas motivações profundas que brotam da sabedoria de Deus e da ação do Espírito. Tendo fé em Cristo e abrindo-nos a esta ação, viveremos o amor divino. Este ensinamento de Cristo – concluiu o Papa – nos revela que a plenitude dos mandamentos se exprime realmente no Amor e que todos se unificam no maior deles: “Ame Deus de todo o coração e o próximo como a ti mesmo”.
(CM)
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