segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A porta de entrada é a ACOLHIDA.







Nossa Igreja precisa ser acolhedora, fazer com que as pessoas se sintam "gente", sejam ouvidas, sintam-se valorizadas, compreendidas e amadas.



Para isso, é necessário investir nas pequenas comunidades onde todos se conheçam e tenham seu espaço, fugir da Igreja "de massa", proporcionar oportunidades para uma vivência comunitária realmente fraterna e participativa, onde se viva o amor, o serviço, a partilha dos dons e da oração.



É o contato com o outro que nos permite conhecer a nós mesmos e construir nossa identidade. Dentro desse objetivo, é muito importante a valorização dos ministérios leigos, fugindo de uma estrutura eclesial exclusivamente centrada na paróquia e no clero, já que o número de padres é insuficiente para atender satisfatoriamente a toda a comunidade.



O documento nos mostra como promover uma evangelização autêntica e eficaz (que traga mudança de vida) em relação a cada um dos três aspectos fundamentais do processo evangelizador: o ministério da Palavra, da Liturgia e da Caridade.



A Palavra é o fundamento de toda a missão da Igreja, e deve-se dedicar grande atenção e cuidado a todas as formas pelas quais o anúncio é feito: a catequese em todas as suas modalidades, a proclamação da Palavra na Missa, a formação bíblica, etc.



A Liturgia envolve os sacramentos - com destaque para a Eucaristia - e as exigências concretas da vida de fé, ou seja, as delicadas questões morais, que devem ser tratadas com muita compreensão e caridade, considerando a realidade concreta com a qual convivem as pessoas no mundo de hoje, e que se opõe radicalmente aos valores cristãos.



É preciso apresentar o caminho da fé como resposta libertadora para as escravidões que o mundo nos impõe, como caminho para a plenitude que todos buscam, como segurança que não engana, em oposição ao contexto de insegurança, violência e medo que nos cerca.



O ministério da Caridade diz respeito, mais especificamente, à comunhão fraterna, à ação solidária em favor dos mais necessitados e sofredores, "para que todos tenham vida", sem esquecer de atender também às novas formas de pobreza que encontramos hoje: drogas, Aids, prostituição, desemprego, depressão, e as necessidades dos idosos, dos deficientes, ou dos grupos étnicos discriminados, como os negros e índios.



Para cada um desses campos o documento apresenta sugestões concretas de ação, e salienta a importância da conscientização e participação política, como instrumento indispensável de transformação e evangelização da sociedade.



Todas as propostas de ação são colocadas em três planos: a pessoa, a comunidade e a sociedade. Partem dos desafios que encontramos hoje em cada um desses planos, mostram a visão cristã diante dessas realidades, e apresentam por fim as pistas de ação, sempre dentro das quatro exigências que devem estar presentes em qualquer ação evangelizadora: serviço, diálogo, anúncio e testemunho.



O anúncio é o centro e o conteúdo da mensagem cristã, mas só se faz compreensível através do diálogo, que, por sua vez, só se torna possível depois que a confiança das pessoas é conquistada por uma atitude de serviço, de amor gratuito.



O testemunho pessoal de comunhão em nossas comunidades é o que confere credibilidade ao nosso anúncio, como já dizia Jesus: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros".



Diante da preocupante realidade do mundo de hoje, e do Brasil em particular, fica para nós o grande desafio: viver o amor e a comunhão em nossas casas, em nossas comunidades, em nossa Igreja, para que o mundo possa crer.



Margarida Hulshof

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