terça-feira, 15 de setembro de 2009

O Matrimonio como vocação

O MATRIMONIO COMO VOCAÇÃO


É uma novidade. Até ontem se usava este termo só para a vida religiosa ou para a vida sacerdotal. Hoje, no entanto, ele é aplicado também para a vida matrimonial. Não se trata só da simples transposição de uma palavra do mundo dos consagrados ao mundo dos casados. Dizer que o matrimonio é uma vocação comporta uma concepção nova da vida matrimonial. Entra-se no matrimonio porque se é chamados por alguém para desenvolver uma missão. Chamados por quem? Para o que?
Quem chama é Deus. Não certamente como um pai chama em alta voz o seu filho. Mas chama através das vozes da natureza, fazendo com que um se enamore do outro. Serve-se da voz do amor. Não um amor qualquer, mas um amor semelhante ao seu, fiel, indissolúvel, fecundo, salvífico. Um amor que não se limita ao prazer de sentir-se amados, mas que se ativa para levar vida e salvação para a pessoa amada. Como?
Em primeiro lugar criando com o cônjuge a casa dos afetos. Não se trata da casa material, aquela de tijolos, bem arrumada e dotada de todos os confortos, mas da casa dos afetos. É aqui que encontraram a alegria do viver juntos. É uma casa que precisa ser cuidada todos os dias, reparada quando apresenta rachaduras, defendida da usura do tempo, tornada agradável pelo amor que move cada um a cuidar do outro.
No interior da casa dos afetos os esposos empenham-se no trabalho difícil e delicado de construir pessoas. Existem edifícios nos quais se fazem coisas; o matrimonio, no entanto é a casa equipada para construir pessoas. Sobretudo as pessoas do homem e a mulher que se empenham no matrimonio, depois a vida dos filhos, e ainda, a vida dos parentes e de todos aqueles que tem conato com os esposos. O amor tem o poder extraordinário de irradiar vida ao seu redor. É somo uma energia que tem o poder de irradiar-se na vida de todos aqueles que entram no raio de ação dessa energia.

AMAR COMO CRISTO AMA


Mas com uma precisa condição: que o amor que circula na casa dos esposos seja um amor modelado naquele de Cristo: "Maridos, amem suas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para torná-la santa, purificando-a com o banho da água através da palavra, e para apresentar a si mesmo a Igreja, gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível" (Ef. 5, 25).

A perícope é breve, mas cheia de grandes significados. Citamos alguns mais imediatos. 5Os fieis de cristo vivem o matrimonio como uma vocação na qual circula o próprio amor de Deus; uma vocação finalizada ao encontro com Deus. O homem e a mulher se amam e casam para gozar da riqueza da vida que cada um traz nessa relação, mas ao mesmo tempo carregam no seu amor Deus mesmo que os sustenta com sua graça e os torna capazes de realizar um amor fiel, criativo, capaz de levar para a vida da pessoa amada não somente a riqueza da própria vida, mas a riqueza da própria vida de Deus. Cada um dos dois torna-se para o outro força, sustento, segurança, instrumento vivo através do qual Deus faz passar o seu amor e sua vida. Não somente isto: amando-se com esse amor tornam-se testemunhas convincentes de que o amor - no dizer de Paolo VI - “é mais que o amor”, isto é, carrega em si valores de vida que transcendem aqueles que normalmente os homens vêem no amor.
Os fieis de Cristo crêem no amor, mesmo quando a atual cultura parece negar a possibilidade de amar sempre. Esta certeza parte do fato que o próprio Cristo se empenha em viver com os esposos a sua vida, apos tê-los chamado à missão de ser vida um para o outro, juntos para os filhos e para a sociedade inteira. Mas, sobretudo estão seguros de que o seu amor se abre para o mundo de Deus, no qual estão destinados a entrar e onde se empenham a dirigir-se. A casa do amor do cristão tem a porta aberta para a estrada em que vive com todos os demais homens, mas tem as janelas abertas para o céu, ao qual se empenham em chegar, segurando-se pela mão entre eles e com Cristo.


As Equipes de Nossa Senhora a serviço do amor.


Lembro de uma velha canção italiana que dizia: "Parlami d'amore,Mariù... tutta la mia vita sei tu...". Parece-me de ouvir ainda a voz chiante do rádio que transmitia a canção e as minhas irmãs que faziam calar a todos porque queriam escutá-la... Mas o romantismo passou de moda; contar coisas com saudade entedia; os idosos não são ouvidos e aquelas que eram as lembranças e as usanças de um tempo vão se perdendo. Ate o falar de amor transformou-se; parece que não seja mais aquele amor que traz felicidade; frequentemente se tem a sensação de que o amor do qual se fala nos dias de hoje, seja só sinônimo de sexo.

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