segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As Equipes a serviço do matrimônio.

Palestra proferida na sessão de formação nacional em julho de 2009 , Florianópolis. Como o texto é um pouco longo, vou publica-lo em partes. porem quem quiser na integra clique no nome Pe. Angelo Apis (logo abaixo do título do texto) ou peça por email que envio.
panerai64@yahoo.com.br

alexandre( da alana)

As Equipes a serviço do matrimonio.

Palestra: Pe. Angelo Epis. As Equipes a serviço do matrimônio.

Frequentemente participamos à celebração de um matrimonio. O homem e a mulher estão ajoelhados em frente ao sacerdote, com as testemunhas aos lados e os parentes distribuídos nos primeiros bancos. Algumas vezes passa pela cabeça uma pergunta: o que eles estão pensando? Porque decidiram de casar? As respostas podem parecer obvias. Nos perguntam porque casamos? É simples: porque nos amamos e como vimos que juntos estamos bem, decidimos continuar a viver juntos. O que esperamos do matrimonio? Muitas coisas, mas todas normais: uma vida serena, alegre, sem medo, sem insegurança, sem tédio, e, sobretudo sem solidão. Quais são os instrumentos que nos damos? Aqueles de todos: uma casa acolhedora, um trabalho seguro, um bom entendimento entre nós e com as nossas famílias, e outras poucas coisas. Do resto – dizem- a natureza deve providenciar. Será a vida quem fará nascer no momento certo as interrogantes oportunas e a sugerir-nos as soluções. A natureza é uma ótima mestre. Podemos ver isso em tantos casos. Por exemplo: quando si é namorados não se pensa em filhos, se fala pouco. Mas quando o filho chega, logo entendemos como temos que nos comportar e quais modificações precisamos fazer na nossa vida para responder às suas necessidades. Nos deixaremos guiar pela própria vida, sem nos perder em tantas discussões inúteis.

VOZ DA NATUREZA


Tudo isso é verdade. Mas somente em parte. O homem com sua razão escuta e interpreta as vozes que sobem da natureza. Mas logo percebe que as indicações dadas pela natureza não são fáceis de colocar na pratica. Existe todo um trabalho que precisa ser feito sobre si mesmo e sobre o outro para que a relação de amor não se apague nas paludes da quotidianidade e da rotina. Corre-se o perigo de empantanar-se e não mais sair. Amar é a experiência mas desejada, mas também a mais difícil de realizar. Com frequência cai-se na ilusão de que o amor seja como o namoro , onde tudo é fácil, luminoso, alegre, espontâneo. A vida logo faz tocar com as mãos que o amor requer uma construção diária, com o empenho de ambos. Frequentemente as forças humanas não são suficientes. Por isso muitos acabam pensando que seja verdade o que diz Pitigrilli: "também no amor se nasce incendiários e morre-se bombeiros". Começa-se com muitos sonhos e esperanças, mas a vida aos poucos obriga a recolher os remos na barca, a colocar os sonhos na gaveta e de enamorados torna-se resignados. Aliás, hoje nem se resigna mais, e se torna separados.
O cristão não se resigna. A sua fé lhe permite de interrogar a Deus e de esperar dele uma resposta que seja ao mesmo tempo uma solução. Deus não dá pra trás. No livro que contem sua Palavra responde a estas interrogantes angustiantes. Diz coisas que homem nenhum conhece, porque precedem o tempo da história; perdem-se na noite dos tempos em lugares aonde o olhar do homem não consegue chegar. Por isso o homem não pode gravá-las e transmiti-las em seus livros. Mas mesmo que não estejam escritas no papel ou na pedra, o homem as encontra escritas misteriosamente em sua vida. Sente que não é capaz de viver o amor para sempre, mantendo-o na sua fresca vitalidade e na sua alegre espontaneidade. Sabe por experiência pessoal e pela experiência da humanidade que o amor fácil não mais existe. E é inútil iludir-se de realizá-lo na sua vida de casal. É verdade que cada casal se considera diferente. Alias, privilegiado com relação a todos os outros e tem certeza que o seu amor nunca vai acabar. Mas logo a vida há de se encarregar de fazê-lo experimentar que também o seu amor esta exposto continuamente ao perigo de acabar. Daqui a pergunta: “por que Senhor colocas-te no nosso coração a necessidade pungente de amor, e nos ofereces uma pequena amostra no enamoramento, mas logo tudo recai na monotonia de uma vida arrastada com cansaço, com um amor redimensionado que tem pouco daquele amor que se sonhava no enamoramento?”


A VOZ DE DEUS


Os homens buscam uma resposta para esta pergunta e encontram de certo modo uma resposta. Mas é sempre parcial e não atinge o nó da questão. Só Deus pode explicar este mistério.
Pede ao homem um esforço: o de ver sua vida mergulhada não só na dimensão histórica, mas de vê-la inserida em um mundo que transcende o da história

O homem, antes mesmo de viver no cosmos, numa história, vive no mundo de Deus. Deus nos pensou e nos amou desde toda a eternidade, e depois nos deu a existência no tempo que é nosso. As nossas raízes são em Deus. Carregamos o seu DNA na nossa natureza. Só partindo deste “principio” que está por fora do tempo podemos entender porque o amor tornou-se difícil, e é uma experiência que hoje não cumpre o que promete.
Deus conta que criou o homem para expandir a sua felicidade em criaturas feitas à sua imagem. E como Deus e amor, participando sua vida à criatura fez um ser estruturado como amor. A vida do homem é amor passivo (desejo de ser amado) e amor ativo (desejo de amar). Esta era a sua vocação, mas o homem afastou-se dessa fonte de amor, tornou-se árido e o amor nele apagou-se. Aconteceu o que acontece com um riacho que se separa da nascente. Seca e morre.

Para não deixar sua criatura sem amor, ou seja sem vida, construiu uma estrada para reencontrar o amor. E construiu-a com sua vida, mostrando em modo visível o que quer dizer amar. O homem recupera e reencontra o amor passando pela mesma estrada recorrida por Cristo. Não é uma vida fácil: parte-se do amor saboreado e apreciado no enamoramento. Mas deve-se chegar à convicção de que a alegria do amar e ser amado passa através do empenho de dar a vida pela pessoa amada. Como fez Cristo. “Ninguém ama o amigo assim como aquele que a sua vida por ele”. Nessa perspectiva o amor e o matrimonio não são só uma simples resposta a instancias que nascem da natureza, mas tornam-se uma vocação.

CONTINUA

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