O Papa apelou hoje à conversão dos
políticos corruptos, deixando críticas a quem explora outras pessoas e
exerce o poder sem "respeito pela vida, sem justiça e misericórdia".
Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a misericórdia,
no Ano Santo extraordinário, dando ênfase à misericórdia na Sagrada
Escritura.
O Santo Padre descreveu o episódio descrito no Livro dos Reis, da vinha de Nabot, onde criticou a ganância dos políticos.
No capítulo 21, o Rei de Israel, Acab,
quer comprar a vinha de um homem, Nabot, que fica ao lado do palácio
real. Diante da rejeição de Nabot de vender sua propriedade, a mulher do
Rei, Jezabel, elabora um plano para eliminar o dono da propriedade.
Francisco lembra a intervenção de Deus
quando descobre que Acab quer matar Nabot para lhe roubar a vinha. “Deus
vê este crime e bate à porta do coração de Acab; o rei, confrontado com
o seu pecado, entende, humilha-se e pede perdão: que bom seria que os
poderosos exploradores de hoje fizessem o mesmo”, declarou.
“E essa não é uma história de outros
tempos. É uma história atual, dos poderosos que, para ter mais dinheiro,
exploram os pobres, exploram as pessoas. É a história do tráfico de
pessoas, do trabalho escravo, das pessoas que trabalham na
informalidade, com o mínimo, para enriquecer os poderosos. É a história
dos políticos corruptos, que querem sempre mais e mais", enfatizou o
Papa destacando a atualidade dessa realidade.
“Eis até onde leva o exercício de uma
autoridade sem respeito pela vida, sem justiça e misericórdia. Eis até
onde leva a sede de poder: transforma-se numa cobiça que nunca se
sacia”, acrescentou.
Francisco lembrou que a riqueza e o
poder podem ser boas e úteis, quando são colocadas ao serviço do “bem
comum” e não como “privilégio”.
“Quando se perde a dimensão do serviço, o poder transforma-se em arrogância e torna-se domínio e opressão”, alertou.
O Papa sublinhou então que “Deus é maior do que a maldade e os jogos sujos” dos seres humanos.
Ao final, Francisco deixou uma mensagem de incentivo em vista do exercício do bem comum.
“Desejo que todos, neste Ano Santo da
Misericórdia, vivam qualquer forma de poder como serviço a Deus e aos
irmãos, com critérios de amor e de justiça, de serviço ao bem comum”,
referiu.
Fonte: Rádio Vaticano e Agência Ecclesia.
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