Jean Allemand escreve sobre a multiplicação dos grupos de casais a partir de 1941-
1942, e diz que “a oração, presente desde o início dos grupos, passa a ter um lugar maior
ainda. Às vezes, noites inteiras lhe são dedicadas, quando se trata de implorar ao Senhor
por alguém ameaçado ou deportado (pela guerra). Os casais, reunidos no apartamento de
um deles e bloqueados pelo toque de recolher, revezam-se de hora em hora, intercedendo
por ele.
O Pe. Caffarel denominava esse período de guerra, tão repleto de perigos, de
restrições, de sofrimentos, de separações, de o período do “grão de trigo que morre”.
Assim se preparavam as colheitas futuras.
Alguns membros dos primeiros grupos chegaram a oferecer a sua vida pelo
desenvolvimento do jovem Movimento que então se organizava.
Pe. Caffarel, anos mais tarde, enfatizava: Quarenta anos de ministério sacerdotal, de direção espiritual, não me deixam a
menor dúvida: as pessoas que não rezam, ou que rezam pouco, são como esses anêmicos
ao quais os médicos dizem: ‘Você está sem defesas; na primeira epidemia, você será
atacado’.
E se seu Movimento começa a se contagiar, deve-se isso a que muitos membros não
rezam: as sondagens revelam que uns 48% dos quadros não permanecem fiéis aos 10
minutos de oração cotidiana e que poucos são os membros que, depois de terem sido
responsáveis, conservam o hábito da oração.
Será que nossas equipes deixaram de ser escolas de oração? Porém, este é um
aspecto essencial de sua razão de ser.
Quando rememoro as lembranças das primeiras equipes, volto a encontrar essa
necessidade, essa alegria de rezarem juntos que animava os casais. É verdade que, então,
tínhamos guerra, privações, ameaças, medo, prisões e deportações... E agora a vida está
fácil; ou, em outras palavras, a vida apresenta dificuldades da vida fácil.
Ver este depoimento em Jean Allemand. Henri Caffarel: um homem arrebatado por Deus. Publicado pela
Super Região Brasil, p. 40.
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