segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Cristão da reclamação ou do louvor?


Existe muitos cristãos que poderíamos nomeá-los de cristãos reclamões

Olhando para o Cristianismo, para os inícios da Igreja, o que percebemos é a alegria dos cristãos, o amor que fluía entre eles a ponto de encantar até mesmo aos pagãos e incomodar os judeus. Era uma “Igreja” movida pelo louvor, pela gratidão, pela exultação do nome d’Aquele que não estava morto, o Ressuscitado dos mortos: JESUS!

Muitos se aproximaram do Cristianismo por causa desse amor e dessa alegria transbordante, que era uma marca dos cristãos; e claro, precisa continuar sendo. Temos um Deus vivo, que caminha conosco, e que prometeu “permanecer conosco todos os dias, até o fim dos tempos”. Aleluia!

O que temos visto hoje contradiz ao que se testemunhou no início do Cristianismo e que nos acompanhou até agora. Muitos cristãos têm sido contratestemunho para os próprios cristãos, e até mesmo para aqueles que não o são. Vemos, nos tempos atuais, muita divisão, muito desamor, muita provocação e muito cristão triste, mal-humorado, rancoroso, com uma aparência sisuda, e parecem infelizes no que experimentam em Jesus.

O louvor deixou de fazer parte da vivência de muitos cristãos - a exultação, a vibração e a alegria deixaram de fazer parte do dia-a-dia. Deixaram de olhar para o Senhor, que nos deu a vida, e para a vitória, para se apegarem aos problemas. Deixaram de se alimentar da certeza da presença do Ressuscitado, e muitos têm feito um caminho individualista e de solidão, mergulhados em si mesmos.

Uma vez ouvi uma história de uma criança que comentou com a mãe que nunca queria comungar, pois todas as vezes em que ela o fazia voltava para o banco da igreja e ficava com uma cara fechada, feia e séria, e a criança percebia essa atitude. Disse que parecia que aquilo que a mãe recebia em cada Santa Missa era muito ruim, e por isso tinha tomado a decisão de que não queria comungar nunca, pois não queria ficar triste e de cara feia como via a mãe ficar.

“A alegria do Senhor é a nossa força”. Isso precisa ficar impresso em nós. Como é bom quando nos encontramos com irmãos e com irmãs na igreja que nos contagiam com a sua alegria, nos fazem muito bem, nos animam, e mesmo que estejamos desanimados, somos contagiados e nos dispomos mais a servir e o ambiente fica até mais leve.

E como é ruim quando vemos um padre, no altar, de cara feia, um ministro extraordinário da Eucaristia sisudo, parecendo que está obrigado a permanecer ali naquele lugar. Como é triste ver um grupo cheio de pessoas amarguradas e que não conseguem passar a alegria do Cristo; como é deprimente quando deparamos com pessoas pessimistas, negativas, que não vêem nada de bom no mundo e na Igreja. É uma erva daninha tudo isso, e vai tomando toda a Igreja, contamina grupos, oprime pessoas, tira a alegria de servir de muitos que desejavam estar a serviço.

Existem muitos cristãos que poderíamos nomeá-los de “cristãos reclamões” – só sabem chorar e murmurar, nada está bom, nada completa, tudo vai mal, não alimentam mais a esperança e a fé no coração.

Podemos afirmar que - para quem realmente está em Cristo, para quem entregou realmente sua vida nas mãos do Senhor e confia n’Ele plenamente - não há motivos para a reclamação, para a murmuração, para o “chororo”.

Quem entregou sua vida para Cristo caminha com os olhos da fé, e vê além da enfermidade, vê além da perda de um ente querido, vê além da dificuldade financeira, vê além dos problemas familiares e tem uma certeza que gera alegria e gratidão no coração: “O Senhor está próximo”.

Ao passo que todo aquele que deposita a sua confiança em si mesmo, nas pessoas, e simplesmente nas soluções humanas e materiais vai ser sempre um reclamão, um chorão, um murmurador, e quando a dor chegar será capaz de deixar o Senhor e seguir o fácil, as soluções imediatas.

A cruz é só uma passagem, que nos garante a vitória sobre a morte, pois depois dela é a ressurreição. Por isso, meu amado, minha amada: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos” (Fl 4, 4).

Leia a carta da alegria de Paulo, a Carta aos Filipenses, e veja como é bom e seguro abandonar-se inteiramente nas mãos do Senhor!

Deus abençoe!

Seu irmão,

Veja também a História de conversão do Pe. Roger Luis

Pe. Roger Luis

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