Bom dia, amigos que às quartas-feiras acompanham Palavra Viva pela Rádio Cultura. Nossa saudação cordial e fraterna também para você que nos ouve no domingo, quando este programa é retransmitido. Que a paz de Jesus reine em nossos corações e que a Mãe Santíssima nos leve nas dobras do seu manto, em mais este dia que a bondade do Pai nos concede.
No programa da semana passada falei-lhes sobre a realização do 2º Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, que ocorreu em Florianópolis de 16 a 19 do corrente. Hoje gostaria de, em rápidas pinceladas,relatar-lhes o que aconteceu nesses quatro dias em que o CentroSul tornou-se templo do Senhor.
Tivemos a participação de 5.100 pessoas, entre as quais 11 arcebispos e bispos, 215 sacerdotes e 11 diáconos.
Os casais vieram de todo o Brasil e impressionou-os, entre outras coisas, a alegria e a cordialidade com que foram recebidos.
Nosso Encontro começou na quinta-feira à noite, com a cerimônia cívica a que estiveram presentes o Núncio Apostólico, o Arcebispo de Florianópolis, o Governador e o Vice-Governador do Estado, o Prefeito da Capital eoutras autoridades.
Também ali estava o casal Maria Carla e Cario Volpini, responsável pelo Movimento em
todo o mundo, e que, junto com o sacerdote que os assiste, Pe. Ângelo Epis, veio da Itália.
Ainda destacamos o casal Graça e Roberto Rocha, responsável pela condução das Equipes de Nossa Senhora em nosso pais, junto com Frei Avelino Pertile, e o casal Silvia e Glauco Corte,
que coordenou a Comissão Organizadora local.
Após essa cerimônia, mudou-se o ambiente do palco para, agora, receber os móveis litúrgicos,
os mesmos que havíamos utilizado no 15º Congresso Eucarístico Nacional, realizado em nossa cidade em maio de 2006. Em celebração presidida por Dom Lorenzo Baldisseri, Núncio Apostólico, e concelebrando D. Murilo, nosso querido Arcebispo, tivemos a "abertura litúrgica", tendo ao fundo um grande banner da Sagrada Família, ladeado pelas
palavras que nos recordavam o tema do Encontro:
"Casal cristão, fecundidade evangélica", e o lema, tirado do livro de Josué 24,15:
"Eu e minha casa serviremos ao Senhor".
Dom Lorenzo fez uma reflexão muito profunda, da qual oportunamente apresentaremos trechos. Mas nossos corações, que vinham batendo há tanto tempo por este Encontro, começaram a bater mais forte bem antes das palavras de nosso estimado Núncio.
Como foi tocante o que logo no inicio aconteceu: a imagem de Nossa Senhora Aparecida é entronizada ao canto uníssono de mais de cinco mil vozes que, louvando-a em imenso coro, dizem vibrante e amorosamente: "Viva a Mãe de Deus e nossa, sem pecado concebida! Viva a Virgem Imaculada, a Senhora Aparecida".
Colocada em lugar de destaque, onde ficou durante todo o Encontro, a figura da Mãe era um alento vigoroso para os filhos. E então, como foi belo ver a cruz do Senhor, ladeada por duas grandes velas, dar início ã procissão de entrada, seguida pelo caro diácono João Flávio Vendruscolo portando com nobreza e dignidade o santo Evangeliário, e logo os coroinhas em suas vestes vermelho-brancas, e os diáconos, e os sacerdotes, e os bispos e arcebispos, entre os quais o senhor Núncio, todos com os mesmos paramentos, tão lindos, prestandose
mesmo como um louvor ao Senhor que nos reunia por amor e em seu amor.
E então uma surpresa que arrancou lágrimas de muitos, começa a ser anunciada. O casal motivador, vindo de Criciúma, Goretti e Moacir Vieira, lembra que "é noite, que faz frio lá fora. O vento sul sopra e o mar, com suas águas revoltas, faz tremer a qualquer um... Um barco pequenino avança lentamente. Tudo vai sendo projetado nos telões. Pergunta a Goretti: "Quem será que se aproxima?". E diz que parece haver uma família no barco... Fica em dúvida: será uma família de pescadores? será algum visitante? Será alguém que vem para o Encontro?
E afirma que "é preciso coragem para enfrentar o mar, numa canoazinha, uma embarcação tão frágil". E, manifestando surpresa, ela exclama: "Eu poderia afirmar que vejo um anjo protegendo a embarcação. Uma família... será, meu Deus, que é verdadeiro o que meus olhos vêem? É a Sagrada Família: Jesus, Maria e José!
Eles vêm para estar conosco. Como podemos merecer tamanha honra? A Sagrada Família de Nazaré vem abençoar o nosso Encontro!".
Aquela fala e aquele vídeo vão entrando em muitos corações. Que alegremente choram, alguns; outros, como que espantados, vão entrando no clima mais central do Encontro - o encontro com o Senhor e com os irmãos de fé - e pode-se perceber o amor fazendo morada em cada um de nós. Não se percebe indiferença, porque no céu não há indiferentes, e ali se vive um pedacinho do céu!
E então, com as mesmas roupas com que estavam no barco, para as filmagens, entram o bom São José e a querida Mãe Maria com seu pequenino Jesus no colo.
Nós cantamos "Como é bom ter a minha família, como é bom! Vale a pena vender tudo o mais para poder comprar "e, logo, com um conjunto de cordas, a Patrícia Lemes, canta suave e belamente o Hino de Nossa Senhora do Desterro, padroeira da Arquidiocese que sediava o Encontro. Acendem-se muitas velas, milhares de velas no CentroSul. E a luz de Cristo, por elas simbolizada, ilumina o vasto auditório. Aliás, é exatamente
isso que se canta, então: o "Ilumina, ilumina, nossos pais, nossos filhos e filhas", do Pé. Zezinho.
Vêm as orações, a Liturgia da Palavra, a oração do Pai-nosso, a oração pela beatificação do Pe. Henri Caffarel, fundador das Equipes de Nossa Senhora e, com a bênção solene e o canto do Magnificat, o canto de Maria, encerra-se aquela noite memorável no CentroSul.
Se a quinta-feira tivera uma noite chuvosa e fria, a sexta amanhecia com a beleza do sol passeando sobre as belezas da "ilha da velha rendeira, da moça faceira". Vi, na chuva abundante de quinta, a figura das muitíssimas graças que o Senhor derramaria sobre o Encontro; percebi, na luminosidade do sol, a Luz vinda do Alto, a Luz do mundo, se fazendo presença alegre e companheira de cada um de nós.
Começamos o dia com a celebração da Santa Missa, presidida por Dom Luís Vieira, arcebispo de Manaus e vicepresidente
da CNBB. Entre os sacerdotes concelebrantes, Padre Ângelo Epis, da Itália. Um dos momentos mais bonitos foi no inicio da Liturgia da Palavra, quando a Equipe Nossa Senhora do Silêncio, de Manaus, composta integralmente por pessoas mudas e surdas, entronizou a Palavra de Deus em nosso meio.
Irmã Edileuza, que acompanha a Equipe, foi ao palco e os telões seguiam-na quando mostrava como são os aplausos na linguagem de sinais. Mais de dez mil mãos no ar, balançando, num ambiente de silêncio profundo,
acolhiam a Palavra de nosso Deus, levada ã presença do querido arcebispo de Manaus, terra da Equipe, e
depois proclamada pelos leitores e pelo diácono. Não consigo descrever a beleza desse momento. Foi muito, muito rico! Daqueles momentos que se tornam inesquecíveis!
Já estamos no meio da manhã de sexta-feira e você nem sabe, porque não contei ainda, que às 15 horas do dia anterior, quando já começavam a chegar os primeiros participantes, Pe. Valter Goedert celebrava, com a participação dos casais que compuseram a Comissão de Liturgia do Encontro, a Missa de abertura, em que foi abençoado o cálice especialmente feito para o evento, e consagrada a Hóstia que, colocada no ostensório do
15º Congresso Eucarístico Nacional, ali permaneceria até o final do Encontro. Que ambiente acolhedor, aquele que se transformou na Capela do Santíssimo! Quantos casais, e viúvos, e viúvas, e diáconos, e padres, e bispos e arcebispos, ali ficaram em silêncio, adorando Jesus na Hóstia branca "no altar consagrada, adorável Cordeiro Pascal"!
Quanta oração, quantos pedidos, quantos agradecimentos, quantos louvores... E, também, a
bênção do Santíssimo, com os cantos tão bonitos. Ali era Cana, e era Tabor, e era Calvário de onde brota a Ressurreição. Ali estava Aquele por quem e para quem se fizera o Encontro; ali estava o Senhor, no meio de nós, reunidos em Seu nome! E Ele, bom e amigo, não deixou faltar o vinho de sua presença. Claro que, onde o Filho está, a Mãe sempre está perto!
Ali, naquele pedacinho em que o céu tocava a terra, tínhamos a presença permanente das Irmãs Carmelitas do Divino Coração de Jesus que, vindas diariamente lã do Caminho Novo, em Palhoça, ficavam com Jesus, um estar em que o semblante sereno, transbordante de paz, mostrava a face dAquele com quem passavam esse tempo precioso de suas vidas.
Com que alegria receberam o convite para esse serviço de amor, com que
alegria Irmã Maria de Lourdes, sua Superiora, acolheu o pedido que lhe apresentamos numa noite de domingo! Bem, continuemos com o relato do Encontro. A Missa de sábado foi voltada para os filhos. No começo da celebração, postado lá na frente, estava seu Pedro, o oleiro mais antigo da Escola de Oleiros de São José.
Sentado em sua banqueta, modelava o barro. Esse seu gesto nos lembrava que "a criança é a argila mais fina e moldável deste mundo que o Senhor colocou, como dom, nas mãos dos pais, a fim de ser amorosamente moldada à luz do Evangelho de Cristo".
No momento da Liturgia da Palavra, a Palavra de Deus foi levada por um jovem e quatro crianças, todos filhos e filhas de casais das Equipes, que representavam São Luís Gonzaga, Santa Maria Goretti, o bem-aventurado Adilio Daronch, coroinha de 15 anos que em 1924, no Rio Grande do Sul, foi martirizado junto com Pé.
Manoel, a bem-aventurada Albertina Berkerbcock, cujo sangue regou a terra catarinense, e Antonietta Meo, 'Nennolina', como era carinhosamente chamada pela família. Nennolina morreu em 1937, em Roma, com sete anos incompletos, e em dezembro de 2007 o Papa Bento XVI promulgou o Decreto que reconheceu suas virtudes heróicas. Faz pouco tempo, apresentei um programa inteiramente dedicado a ela, lembram-se?
Bem, na hora da apresentação das oferendas as fotos dos filhos de todos os participantes foram levadas em um baú até o altar e muitas dessas fotografias foram projetadas nos telões no momento de ação de graças, quando um grupo de crianças do Colégio Nossa Senhora de Fátima, com a regência do Professor Ricardo,apresentou o canto "Anjos de Deus", do Padre Marcelo.
Esta Missa foi presidida por Dom Tarcísio, Bispo de Divinópolis, Minas Gerais. A de domingo, que encerraria o Encontro, teve Dom Albano Cavallin, Arcebispo Emérito de Londrina, no Paraná, a presidi-la.
Entre os concelebrantes, o querido amigo Frei Avelino Pertile. Como na celebração de abertura, na quinta-feira, também nesta Missa tivemos a participação do Coral Santa Cecília, da Catedral Metropolitana, sob a regência segura do caríssimo Pé. Ney Brasil que, pouco antes do final, teve de retirar-se pois deveria dirigir-se ao aeroporto, para viagem ao exterior. Foi, então, substituído pelo Maestro Carlos Besen, a quem rendemos nossa homenagem e renovamos a gratidão.
Todos os participantes haviam recebido a solicitação para que trouxessem de suas terras uma pedra que coubesse na palma da mão. Essas pedras estavam próximas do altar e, nesta Missa de domingo, foram abençoadas. Os participantes souberam, então, que tais pedras constituirão parte importante do fundamento da casa que as Equipes de Nossa Senhora de todo o Brasil oferecerão a uma família pobre daqui, com a coleta
que dentro em pouco se faria na Missa. As mãos dos que as trouxeram se abriram para entregá-las ao Senhor, em quem está essa família.
Nossa Missa foi seguida pela celebração do Envio. Alimentados pela Palavra e pelo Corpo e Sangue de Cristo, nutridos pelas palestras e pelos testemunhos, e revigorados pelo convívio fraterno, os casais e todos os participantes eram enviados ao mundo. Com a recomendação de que fossem sem medo, pois Cristo é a nossa força!
Foi abençoado o óleo, em três mil pequenos frascos preparados com muito amor pela Equipe da Zaida e do Rubens Diniz, óleo com que os casais e os participantes todos se ungiram. Em seguida, fez-se a entrega de uma casa em miniatura ao casal que viera da Itália, dirigente internacional do Movimento, pois todo o Encontro girara em torno da casa, isto é, da família: "Eu e minha casa serviremos ao Senhor" (Js 24,15).
E lembrou-se que à família pobre será entregue, oportunamente, a casa que será construída com o valor arrecadado na Santa Missa. Disse então o motivador: "Nós honramos o altar sobre o qual esteve o Corpo de Cristo; agora também O honramos em sua pobreza, naqueles que também são Seu- corpo", palavras de João Crisóstomo, santo do século IV.
Se as Missas de sexta-feira e sábado haviam tido como motivadores Maria Emllia e Vensel de Souza, a de domingo teve Toninho e Elisa a conduzi-la. Agora, no Envio, Goretti e Moacir ouvem a declamação da poesia
da Zaida, que Roberto, da Super-Região apresenta com a voz e com o coração. E, então, o final. A Sagrada Família está lá junto ao altar, representada pelos queridos Alessandra e Claiton, de Criciúma, com o seu pequeno Artur fazendo as vezes do Menino Jesus.
Eles dão bela mensagem e, no final, dizem: "Fiquem com a bênção do Senhor e a nossa também". O Coral Santa Cecília e o grupo de cantores das Equipes de Nossa Senhora, com Ana Paula e Robert e Melissa e Alexandre ã frente, rompem e momento tão edificante com o vibrante canto do "Aleluia", de Handel. A Sagrada Família desce os degraus que a haviam conduzido ao altar e, lentamente, sai pelo corredor central.
Assim que não a vemos mais, entra o vídeo. José e Maria, com o Menino no colo, entram no barco. Aparece a silhueta da ponte Hercílio Luz. Eles, como o Mestre recomendara e como os equipistas foram convidados, começam a ir para águas mais profundas, passagem que encontramos no Evangelho de São Lucas 5,4. Por feliz
coincidência, assim que eles nos deixam terminam os acordes do "Aleluia". Os diáconos, sacerdotes, bispos e arcebispos chegam ao local da paramentação. O Encontro terminara!
Em próximo programa falaremos um pouco do conteúdo das palestras e dos testemunhos. Agora queremos nos reportar, mesmo que rapidamente, ao Ato Público de sábado à tarde, quando todos os participantes dirigiramse à Catedral Metropolitana, onde eram esperados por Dom Murilo, nosso Arcebispo, o Pe. Francisco de Assis Wloch, Pároco da Catedral, e Dom José Negri, Bispo de Blumenau.
Ali fomos para presenciar a entrega da pedra que Dom José apresentara a Sua Santidade o Papa Bento XVI e que ele abençoara. Esta pedra ficará na Catedral, como memorial de nosso Encontro. Dom José relatou seu
encontro com o Papa que, além de abençoá-la, mandou mensagem especial, escrita, para todos os
participantes do Encontro.
Depois, houve o momento do belo testemunho do casal Tetê e Paulo, sobre a Oração Conjugal. E ali mesmo, no adro da Catedral e na praça que lhe fica em frente, cinco mil pessoas se ajoelharam, dando uma demonstração pública de sua fé, de seu amor ao Senhor. Os balões coloridos que subiram aos céus de
Florianópolis como que simbolizavam nossas orações, nossa gratidão, o louvor dos casais das Equipes de Nossa Senhora por todo o bem que- este Movimento de Espiritualidade Conjugal tem feito em suas vidas. Parabéns, Sarita e Mário Prisco Paraíso, pela esmerada organização desse momento!
Bem, queria dar-lhes, como disse, rápidas pinceladas da tela tão bonita que foi o Encontro. As palavras não têm o poder de revelar toda a beleza, mesmo porque, o mais bonito não foi o que ocorreu perceptível ã visão:
o mais belo passou-se no interior dos corações. E, ali, só o Senhor consegue ver, só Ele pôde observar cada quadro, em seus mínimos detalhes. Louvor a Ti, Senhor, Onipotente e Amigo! Louvor hoje e para sempre!
Convido-os, agora, a ouvir o Hino do 2º Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora.
CD - faixa 2 - 2minl2s
Obrigado, amigos que acompanharam mais esta edição de Palavra Viva pela Rádio Cultura. Até quarta-feira que vem, às 08h30min, e no domingo ao meio-dia, após o Ângelus de Sua Santidade o Papa Bento XVI, se Deus quiser!
Escrito por: Carlos Martendal
programapalavraviva@gmail.com
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