O Papa deixou este domingo um forte apelo à paz. Antes da oração do Angelus, esta manhã, em Roma, Francisco falou em particular da situação da Síria e pediu às partes em conflito para encontrarem a via do diálogo e da negociação, lembrando que a guerra não leva à paz. O Papa convocou ainda uma vigília de jejum e oração pela paz na Síria, a 7 de Setembro. - See more at: http://vmais.rr.sapo.pt/default.aspx?fil=553635#sthash.m6nWaZeT.dpuf
"Guerra chama guerra! A humanidade grita pela paz". Papa convoca dia de oração e jejum pela Síria
◊ Cidade do Vaticano (RV) – O Papa convidou este domingo
os fiéis de todas as Igrejas e religiões, as pessoas que não crêem e
todos os homens e mulheres de boa vontade a praticarem o jejum e a
oração no dia 7 de setembro, em favor da Síria. Visivelmente preocupado,
Francisco dedicou inteiramente seu encontro de domingo à situação no
país médio-oriental, onde a guerra civil já matou mais de 100 mil
pessoas em três anos. Foi a primeira vez que o Papa não fez alguma
menção à liturgia do dia antes de rezar a oração mariana do Angelus no
Vaticano.
A multidão que lotava a Praça São Pedro ouviu as
palavras do Pontífice com atenção e aplaudiu a decisão de Francisco de
promover o “Dia de oração e jejum pela Síria”:
“Decidi
convocar toda a Igreja, no dia 7 de setembro, vigília da Natividade de
Maria, Rainha da Paz, para um dia de oração e jejum pela paz na Síria,
no Oriente Médio e no mundo inteiro. Convido a unir-se a esta
iniciativa, do modo que considerarem mais oportuno, os irmãos cristãos
não-católicos, os fiéis de outras religiões e todos os homens de boa
vontade”.
Logo ao chegar ao balcão, depois do tradicional
“Bom dia” dirigido ao público, Francisco disse que queria interpretar o
grito que “se eleva de todos os cantos e povos da terra, do coração de
cada um e da única família, que é a humanidade: o grito da paz”.
“Nunca mais a guerra! A paz é um dom precioso demais; deve ser promovido e tutelado”.
Evocando
as “terríveis imagens” vistas nos últimos dias na Síria, o Papa disse
estar angustiado pelos “dramáticos eventos que ainda podem acontecer” e
fez um apelo por negociações e contra o uso de armas, condenando a
utilização de gases químicos:
“Pensemos em quantas crianças
não poderão ver a luz do futuro! Com firmeza especial, condeno o uso de
armas químicas. Existe o juízo de Deus e também o juízo da História
sobre as nossas ações, e a estes ninguém pode se subtrair! O uso da
violência nunca gera paz. Guerra chama guerra, violência chama
violência! Com toda a minha força, peço aos envolvidos neste conflito
que ouçam as suas consciências, que não se fechem em seus interesses,
mas que vejam o próximo como seu irmão, que empreendam com coragem e
decisão o caminho do encontro e das negociações, superando cegas
contraposições. Exorto com igual firmeza a Comunidade Internacional a
fazer todo esforço para promover e não protelar iniciativas claras pela
paz, baseadas no diálogo, pelo bem de todo o povo sírio”.
Francisco
pediu ainda que não se poupem esforços para garantir assistência
humanitária aos afetados por este terrível conflito, especialmente aos
desalojados no país e aos inúmeros refugiados nos países vizinhos. E que
aos agentes humanitários seja assegurada a possibilidade de prestar a
ajuda necessária.
O compromisso pela Paz proposto pelo Papa se
estende a todos, pois “a paz é um bem que supera qualquer barreira,
porque é um bem de toda a humanidade”.
“Repito em alta voz:
não é a cultura do atrito, a cultura do conflito que constrói a
convivência nos povos e entre os povos, mas a cultura do encontro, a
cultura do diálogo: esta é a única via para a paz. Que o grito de paz se
eleve e chegue aos corações de todos, para que deponham as armas e se
deixem guiar pelo anseio de paz”.
“E nós, o que podemos
fazer pela paz no mundo? Como dizia Papa João XXIII, todos têm o dever
de recompor as relações de convivência na justiça e no amor”. E no
espírito da “corrente de empenho pela paz para unir os homens e mulheres
de boa vontade", marcou encontro:
“Aqui, de 19h até
meia-noite, vamos nos reunir em oração e em penitência para invocar de
Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as situações
de conflito e de violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos de
paz e ouvir palavras de esperança e de paz!”.
Papa Bergoglio
terminou com uma oração a Maria, para que nos ajude a responder à
violência, ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da
reconciliação e do amor. E pediu às Igrejas particulares que promovam
iniciativas semelhantes de reflexão, oração e sensibilização para a
situação na Síria.
(CM)
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