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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Francisco – a vida cristã será bela e também alegre!

Papa: "Cristãos olhem para o Céu e anunciem Jesus ao mundo"

Missa na Casa Santa Marta tem início às 7h
26/05/2017 11:27
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta sexta-feira (26/05), o Papa Francisco presidiu a missa matutina na capela da Casa Santa Marta e na homilia, afirmou que “as Escrituras nos indicam três pontos de referência no caminho cristão”.
 
O primeiro é a memória. Jesus ressuscitado diz aos discípulos que o precedam na Galileia: este foi o primeiro encontro com o Senhor. E “cada um de nós tem a sua própria Galileia”, aquele lugar aonde Jesus se manifestou pela primeira vez, o conhecemos e “tivemos a alegria e o entusiasmo de segui-lo”. Para ser um bom cristão, precisamos sempre nos lembrar do primeiro encontro com Jesus ou dos seguintes”. Esta é “a graça da memória”, que “no momento da provação, me dá a certeza”.
O segundo ponto de referência é a oração. Quando Jesus sobe ao Céu, ele não se separa de nós: “fisicamente sim, mas fica sempre ligado, para interceder por nós. Mostra ao Pai as chagas, o preço que pagou por nós e pela nossa salvação”. Assim, “devemos pedir a graça de contemplar o Céu, a graça da oração, a relação com Jesus na oração que neste momento nos ouve, está conosco”:
“Enfim, o terceiro: o mundo. Antes de ir, Jesus diz aos discípulos: ‘Ide mundo afora e façam discípulos’. Ide. O lugar dos cristãos é o mundo no qual anunciar a Palavra de Jesus, para dizer que fomos salvos, que Ele veio para nos dar a graça, para nos levar com Ele diante do Pai”.
Esta é – observou Francisco – a “topografia do espírito cristão”, os três lugares de referência de nossa vida: a memória, a oração e a missão; e as três palavras de nosso caminho: Galileia, Céu e Mundo:
“Um cristão deve agir nestas três dimensões e pedir a graça da memória: “Que não me esqueça do momento que me elegeu, que não esqueça do momento em que nos encontramos”, dizendo ao Senhor. Depois, rezar e olhar ao Céu, porque Ele está ali para interceder. Ele intercede por nós. E depois, sair em missão... não quer dizer que todos devem ir ao exterior; ir em missão é viver e dar testemunho do Evangelho; é fazer saber aos outros como é Jesus. Mas fazer isso com o testemunho e com a Palavra, porque se eu falar como Jesus e como a vida cristã, mas viver como um pagão, não adianta. A missão não funciona”.
Se, ao contrário, vivermos na memória, na oração e em missão – concluiu Francisco – a vida cristã será bela e também alegre:
“E esta é a última frase que Jesus nos diz no Evangelho de hoje: “Naquele dia, no dia em que viverem a vida cristã assim,  vocês saberão tudo e ninguém poderá lhes tirar a alegria”. Ninguém, porque terei a memória do encontro com Jesus e a certeza que Jesus está no Céu e intercede por mim, está comigo, eu rezo e tenho a coragem de dizer, de sair de mim, dizer aos outros e dar testemunho com a minha vida que o Senhor ressuscitou, está vivo. Memória, oração e missão. Que o Senhor nos dê a graça de entender esta topografia da vida cristã e seguir adiante com alegria, aquela alegria que ninguém pode nos tirar”

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Pe. Caffarel desejou, um Movimento de formação e de pessoas ativas.


Brasília 2012 já está perto, mas não devemos apenas encontrar-nos num lugar novo; devemos dar impulso e vitalidade ao nosso Movimento para que ele seja cada vez mais, como o Pe. Caffarel desejou, um Movimento de formação e de pessoas activas. É esta a nossa vocação na Igreja.

Tanto a vida do padre Caffarel como o encontro com os primeiros casais levaram cada vez mais a esta convicção: "Nenhum deles tinha dificuldade em pensar que a sua vocação era a santidade: a santidade aparecia como o desenvolvimento do amor e a realização plena tanto do amor conjugal como do amor de Cristo. E a reflexão fê-los logo descobrir de uma forma totalmente nova o sacramento do matrimónio, não simplesmente como uma formalidade, mas como uma prodigiosa fonte de graça: Cristo vem salvar o amor, doente desde o pecado original, trazendo-lhe auxílios e graças enormes" (Chantilly 1987).

O Padre Caffarel não nos quis para uma santificação exclusivamente individual ou de casal. As equipas são para o mundo. Seria um trabalho inútil procurar na Escritura um discurso preciso, pormenorizado e directo sobre o casal. Esta afirmação pode deixar-nos surpreendidos e per¬plexos, mas a verdade é que, tanto no Antigo como no Novo Testa¬mento, quando se fala da relação homem-mulher é sempre para dizer, antes de mais, alguma coisa sobre Deus.

Por outras palavras, a Bíblia não faz um discurso moralista, não faz uma pregação pedante sobre o matrimónio e sobre a sexualidade, mas assu¬me as categorias nupciais para revelar o rosto e a natureza de Deus.

Deste modo o homem e a mulher não se sentem interpelados a rea¬lizar um modelo de vida senão na medida em que procuram Deus e se reflectem n'Ele. Não foi certa¬mente sem razão que o Senhor Jesus nos disse que procurássemos "antes" o reino de Deus, pois tudo o resto é dado por acréscimo. Falar de casal hoje signi¬fica falar de um tema que atravessou um período marcado por enormes mudanças económicas, sociais e políticas e que, apesar da declaração de dissolução e de morte dos anos 60, manteve uma estrutura própria estável e partilhada pela maioria. Todavia, devemos olhar de frente o dom de Deus e a complexidade da família hoje e procurar respostas.

- Evangelizar a família

Talvez tenha chegado o momento de submeter a um sério e crítico exame a forma como hoje, em muitos sectores da Igreja, se enfrentam as problemáticas da família. Muitas vezes, predomina o aspecto moralista: fala-se muito de problemas morais e menos de Deus, esquecendo que o comportamento moral não é senão uma consequência do encontro com Deus.

Problemáticas angustiantes e asfixiantes de carácter moralista e devocional não foram muitas vezes capazes de nos fazer abrir o coração à grande e diversificada missão da família no mundo de hoje. Uma família não deve ser julgada, tomada de assalto com mil receitas, mas sim evangelizada com o próprio amor de Cristo. Uma evangelização que mergulha as suas raízes num itinerário de conversão e de enraizamento no sacramento da Aliança. A adesão a Jesus Cristo implica uma opção de fé, mas, ao mesmo tempo, exige conformar a própria vida ao seu Evangelho. O acolhimento da Palavra não pode traduzir-se senão em opções concretas de vida.

A FAMÍLIA: ESCOLA DE AMOR

Editorial para a Carta - Março 2012
P. Angelo Epis CE ERI

Excerto da sua intervenção no Colégio de Bogotá 2011

http://www.equipes-notre-dame.com/pt/noticias/correio-da-eri

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O SENTIDO DA LIGAÇÃO . ENS

fonte:EQUIPES DE NOSSASENHORASUPER-REGIÃO BRASILII SESSÃO DE FORMAÇÃONACIONAL2015 

O SENTIDO DA LIGAÇÃO 



No início do Movimento, não havia CL na França: o próprio Pe.Caffarel reunia-se com frequência com os CR das primeiras equipes (os “chefes de grupo”, pois só mais tarde os grupos adquiriram o nome de “equipes”) e a cada dois meses reunia-os todos entre si. Somente em 1947, quando da promulgação da Carta das Equipes de Nossa Senhora, foram instituídos os “Casais de Ligação”, com o objetivo de ajudar os CRS a acompanhar o número crescente de equipes; eles eram então escolhidos entre os membros das primeiras equipes. 

Assim aconteceu também no Brasil. Depois da primeira troca de correspondência entre Pedro Moncau e o Pe. Caffarel, um “casal de ligação” passou a orientá-lo, mandando-lhe detalhadas cartas. Gérard d’Heilly e Madeleine eram ninguém menos que um dos quatro casais que haviam iniciado “juntos”, com o Pe. Caffarel, a procura da vontade de Deus sobre o casamento. Sucederam-lhe vários CL. Era Pedro Moncau que orientava, como fazia o Pe. Caffarel, as equipes à medida que aqui se formavam, encontrando-se mensalmente com os CR. Com o aumento do número de equipes, ele passou a recorrer aos membros da Equipe 2 (todos eles de excelente formação) para fazer a ligação com elas. Somente em 1999, com a divisão em 7 Províncias, o Brasil adquiriu oficialmente o status de SuperRegião, ou seja, a autonomia completa - mas nem por isso a história da ligação terminou: E o Casal Responsável da Super-Região, embora ela seja totalmente autônoma, está “ligado” em nível de ERI - Equipe Responsável Internacional - a um casal membro da mesma encarregado de uma das Zonas, no caso do Brasil a Zona América (é um casal brasileiro, o penúltimo CR da nossa Super-Região, Graça e Roberto). 

 O que é ligar? Do latim: Ligare, que significa unir, aproximar, combinar, vincular o seu destino ao de outrem, prestar atenção, relacionar-se, formar aliança. É importante salientar que cada um de nós, casais presentes nesta Formação, exercemos uma função de Ligação. 

Unir, misturar, combinar. Nós podemos começar por olhar para a ligação à luz das cartas pastorais de São Paulo às primitivas comunidades cristãs, como por exemplo, as epístolas a Tito e a Timóteo. Nos escritos do Apóstolo Paulo ele faz apelo aos seus discípulos para ir ao encontro das comunidades assegurando a ligação com o fim específico de preservar a unidade. São Paulo trabalha para ajudar as diferentes comunidades a viver a mesma fé e o mesmo espírito. Ele quer que todas as situações novas e todas as dificuldades encontradas sejam no único espírito de caridade e de Paz. 

Ele insiste que as comunidades cristãs promovam uma verdadeira partilha de vida, feita de humildade e de amor, num clima de confiança, de amizade e de atenção de uns para com os outros. Esta mesma necessidade de ligação e de comunicação na Igreja primitiva sentida entre nós. Seguramente o Padre Caffarel quis aplicar às ENS um método parecido ao do Apóstolo Paulo e teve a mesma preocupação de manter um forte vínculo com os casais das equipes. Foi à primeira estrutura de serviço criada pelo nosso Movimento, antes mesmo do Setor, que surge em 1951. 

À medida que o Movimento crescia e se expandia não era mais possível ao Padre Caffarel, nem aos responsáveis do Movimento, nem aos responsáveis de Setor, manter um estreito laço entre eles todos. LER O SLIDE Somos todos ligações. Cada casal de Super-Região liga suas Províncias, ou suas regiões. Os Casais Responsáveis Regionais por sua vez, ligam os Casais Responsáveis do Setor. Até mesmo o Casal Responsável Internacional, Tó & Zé, exercem a Ligação entre o Movimento e a Santa Sé, no caso o Pontifício Conselho para os Leigos. 

As equipes do mundo são ligadas por quatro Casais ligação distribuídas em quatro grandes Zonas geográficas: Zona Centro Europa, Zona Eurásia, Zona Euráfrica e Zona América. (Casal brasileiro Graça e Roberto). O objetivo das zonas é desenvolver uma ligação e uma coordenação mais próximas, com sentido da missão, da unidade e da solidariedade para além das fronteiras nacionais. O objetivo da ligação é de favorecer a comunicação, ou seja, a transmissão da seiva e de permitir que todas as equipes vivam em estreito contato, primeiramente com o Movimento, mas o mesmo tempo entre elas próprias. 

Sentido vertical e horizontal. “UMA EQUIPE DE NOSSA SENHORA NÃO PODE VIVER NO ISOLAMENTO. O MOVIMENTO POSSUI UMA ORGANIZAÇÃO DESTINADA A COORDENAR, ANIMAR, LIGAR, APOIAR E SERVIR AS EQUIPES, E MANTER A UNIDADE”. GUIA DAS ENS A ligação e indispensável para a construção do espirito de comunidade e de unidade, para dar o senso de pertença ao Movimento e a fidelidade aos seus objetivos e carisma fundacional. (Guia das ENS). 

Os equipistas não pertencem tão somente à sua equipe , mas também ao movimento. Exercer uma função de ligação não é uma mera transmissão de comunicações, ou informação são casais portadores da sua própria vivência, é um verdadeiro anúncio da Boa Nova, ela tem uma dimensão de evangelização e de interpelação. 

Diversas situações que o equipista de base considera o casal ligação como o intruso, que vem fiscalizar e outras coisas, não há uma abertura para acolher o CL, deverá ser uma relação de confiança, de entreajuda e de alimento espiritual. Ele deverá receber uma formação adequada para cumprir sua missão.

 O Casal Ligação precisa estar atento à sua própria FORMAÇÃO para promover a dos outros casais sob sua responsabilidade. Não é um papel burocrático para transmitir informações vindas do setor. A utilização dos meios de comunicação não pode abolir e deve privilegiar a “Ligação pessoal e visual”. O contato e a comunicação dão vida e incentivo. É preciso buscar na ORAÇÃO a vontade de Deus para as ENS e procurar ajudar a todos os casais sob nossa responsabilidade a viverem o mais integralmente possível esta Vontade Divina. A ligação deve ser exercida com espírito de serviço e de humildade, de transmitir nossa experiência, mas também de estar disposto a aprender. 


O serviço de ligação decorre fortemente de espírito de colegialidade e corresponsabilidade que deve regular os trabalhos de uma equipe de Setor. A Ligação é indispensável para construir o espírito de comunidade no Movimento. E para que as ENS sejam uma equipe de equipes vivas o casal ligação tem que se transformar em elo dessa dinâmica.


 Bete e Carlos, CRP PROVÍNCIA LESTE 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Pe. Caffarel desejou, um Movimento de formação e de pessoas ativas.


Brasília 2012 já está perto, mas não devemos apenas encontrar-nos num lugar novo; devemos dar impulso e vitalidade ao nosso Movimento para que ele seja cada vez mais, como o Pe. Caffarel desejou, um Movimento de formação e de pessoas activas. É esta a nossa vocação na Igreja.

Tanto a vida do padre Caffarel como o encontro com os primeiros casais levaram cada vez mais a esta convicção: "Nenhum deles tinha dificuldade em pensar que a sua vocação era a santidade: a santidade aparecia como o desenvolvimento do amor e a realização plena tanto do amor conjugal como do amor de Cristo. E a reflexão fê-los logo descobrir de uma forma totalmente nova o sacramento do matrimónio, não simplesmente como uma formalidade, mas como uma prodigiosa fonte de graça: Cristo vem salvar o amor, doente desde o pecado original, trazendo-lhe auxílios e graças enormes" (Chantilly 1987).

O Padre Caffarel não nos quis para uma santificação exclusivamente individual ou de casal. As equipas são para o mundo. Seria um trabalho inútil procurar na Escritura um discurso preciso, pormenorizado e directo sobre o casal. Esta afirmação pode deixar-nos surpreendidos e per¬plexos, mas a verdade é que, tanto no Antigo como no Novo Testa¬mento, quando se fala da relação homem-mulher é sempre para dizer, antes de mais, alguma coisa sobre Deus.

Por outras palavras, a Bíblia não faz um discurso moralista, não faz uma pregação pedante sobre o matrimónio e sobre a sexualidade, mas assu¬me as categorias nupciais para revelar o rosto e a natureza de Deus.

Deste modo o homem e a mulher não se sentem interpelados a rea¬lizar um modelo de vida senão na medida em que procuram Deus e se reflectem n'Ele. Não foi certa¬mente sem razão que o Senhor Jesus nos disse que procurássemos "antes" o reino de Deus, pois tudo o resto é dado por acréscimo. Falar de casal hoje signi¬fica falar de um tema que atravessou um período marcado por enormes mudanças económicas, sociais e políticas e que, apesar da declaração de dissolução e de morte dos anos 60, manteve uma estrutura própria estável e partilhada pela maioria. Todavia, devemos olhar de frente o dom de Deus e a complexidade da família hoje e procurar respostas.

- Evangelizar a família

Talvez tenha chegado o momento de submeter a um sério e crítico exame a forma como hoje, em muitos sectores da Igreja, se enfrentam as problemáticas da família. Muitas vezes, predomina o aspecto moralista: fala-se muito de problemas morais e menos de Deus, esquecendo que o comportamento moral não é senão uma consequência do encontro com Deus.

Problemáticas angustiantes e asfixiantes de carácter moralista e devocional não foram muitas vezes capazes de nos fazer abrir o coração à grande e diversificada missão da família no mundo de hoje. Uma família não deve ser julgada, tomada de assalto com mil receitas, mas sim evangelizada com o próprio amor de Cristo. Uma evangelização que mergulha as suas raízes num itinerário de conversão e de enraizamento no sacramento da Aliança. A adesão a Jesus Cristo implica uma opção de fé, mas, ao mesmo tempo, exige conformar a própria vida ao seu Evangelho. O acolhimento da Palavra não pode traduzir-se senão em opções concretas de vida.

A FAMÍLIA: ESCOLA DE AMOR

Editorial para a Carta - Março 2012
P. Angelo Epis CE ERI

Excerto da sua intervenção no Colégio de Bogotá 2011

http://www.equipes-notre-dame.com/pt/noticias/correio-da-eri

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Papa: a vaidade é a osteoporose da alma

Papa Francisco \ Missa Santa Marta

Papa Francisco durante a sua homilia na Casa Santa Marta - OSS_ROM
22/09/2016 10:45
Cidade do Vaticano (RV) – Como todas as manhãs, o Papa Francisco celebrou a missa na capela da Casa Santa Marta. Em sua homilia, comentou o Evangelho do dia, que apresenta o rei Herodes inquieto porque, depois de matar João Batista, se sente agora ameaçado por Jesus.
 
Na nossa alma, afirmou o Papa, existe a possibilidade de sentir duas inquietações: uma boa, provocada pelo Espírito Santo para realizar boas ações, e outra má, que nasce da consciência suja. Herodes estava preocupado com o seu pai, Herodes o Grande, depois da visita dos Reis Magos. Os dois resolvem suas inquietações matando, passando sobre “o cadáver das pessoas”:
Avidez, vaidade e orgulho
Essa gente que provocou tanto mal, que fez mal e tem a consciência suja e não pode viver em paz, porque vive numa coceira contínua, numa urticária que não os deixa em paz... Essa gente praticou o mal, mas o mal tem sempre a mesma raiz, todo mal: a avidez, a vaidade e o orgulho. E todos os três não deixam a consciência em paz; todos os três não deixam que a inquietação saudável do Espírito Santo entre, mas levam a viver assim: inquietos, com medo. Avidez, vaidade e orgulho são a raiz de todos os males”.
Osteoporose da alma
A primeira Leitura do dia, extraída do Livro do Eclesiastes, fala da vaidade:
“A vaidade que nos enche. A vaidade que não tem vida longa, porque é como uma bolha de sabão. A vaidade que não nos dá um ganho real. Qual ganho tem o homem por toda a fadiga com a qual ele se preocupa? Ele está ansioso para aparecer, para fingir, pela aparência. Esta é a vaidade. Se queremos dizer simplesmente: "A vaidade é maquiar a própria vida. E isso deixa a alma doente, porque se alguém falsifica a própria vida para aparecer, para fazer de conta, e todas as coisas que faz são para fingir, por vaidade, mas no final o que ganha? A vaidade é como uma osteoporose da alma: os ossos do lado de fora parece bons, mas por dentro estão todos estragados. A vaidade nos leva à fraude”.
Trapaceiros
“Como os trapaceiros marcam as cartas” para vencer e, depois, “essa vitória é falsa, não é verdadeira. Esta é a vaidade: viver para fingir, viver para fazer de conta, viver para aparecer. E isso inquieta a alma". São Bernardo - recordou o Papa - disse uma palavra forte aos vaidosos: "Mas pense naquilo que você vai ser. Você vai ser comida para os vermes. E todo esse maquiar a vida é uma mentira, porque os vermes vão comer você e você não vai ser nada". Mas onde está o poder da vaidade? Levado pelo orgulho em direção do mal, não permite um erro, não permite que se veja um erro, cobrir tudo, tudo deve ser coberto”:
Jesus é o nosso refúgio
“Quantas pessoas conhecemos que parecem ... ‘Mas que boa pessoa! Vai à missa todos os domingos. Faz grandes ofertas à Igreja’. Isto é o que se vê, mas a osteoporose é a corrupção que tem dentro. Há pessoas assim, - mas há pessoas santas, também! – que faz isso. Mas a vaidade é isso: se parece com rosto de pequena imagem e, depois, a sua verdade é outra. E onde está a nossa força e segurança, o nosso refúgio? Lemos no Salmo: 'Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração". Por quê? E antes do Evangelho recordamos as palavras de Jesus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Esta é a verdade, não a maquiagem da vaidade. Que o Senhor nos livre destas três raízes de todo os males: a avidez, a vaidade e o orgulho. Mas sobretudo da vaidade, que nos faz tanto mal”. (BF-SP)

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A salvação do casal e da família está no diálogo.

- Tornar-se Evangelho vivido



O problema de como organizar a própria vida em coerência com o Evangelho é sobretudo um problema de escolhas pessoais. Os esposos, inseridos nessa comunidade primordial que é a família, no respeito pela liberdade dos seus membros, devem interrogar-se: "Que devemos fazer? Que marcas, que estilos devemos dar à nossa vida em casa e também fora dela?". Quando aceita e partilha os deveres religiosos de todas as famílias cristãs - rezar, ir à missa, sentir-se inserida no caminho formativo da comunidade - a família "cristã" escolhe e vive uma marca que deve, a pouco e pouco, vir a caracterizar a vida quotidiana em todas as suas expressões: tanto no seio da família como fora. Esta escolha, iluminada pela fé e pelo diálogo quotidiano com Deus, deveria criar uma marca original nas relações entre os esposos, com os filhos, com a comunidade eclesial e civil. A relação com os bens materiais, com o dinheiro, com o tempo, com os compromissos da vida quotidiana, deveria também mudar de forma gradual.

- Com um estilo de casal cristão

O estilo não é uma máscara que o casal deva assumir para ser coerente com a própria inspiração evangélica. É antes o fruto de uma transformação gradual que nasce quase espontaneamente da experiência de se sentirem amados por Deus e da consciência de que o amor mútuo entre os esposos, para com os filhos e todos os outros se deixa transformar por esta experiência. O estilo de vida do casal cristão é o resultado de uma síntese original entre interioridade e corporeidade, é a expressão da sua identidade que nasce como fruto da procura, da conquista, de contínuas superações; é uma "roupa" que é tecida com a paciência do diálogo, com a procura de soluções para os problemas, que passa também por conflitos dolorosos, por provocações, e que evolui através de escolhas amadurecidas e às vezes sofridas. O modo de viver de uma família cristã, como diz Santo Agostinho, "torna-se um cântico novo... Aquele que sabe amar a vida nova sabe também cantar um cântico novo...".
Uma família que traz em si mesma, no seu estilo de vida, a marca de uma relação com o Senhor Jesus e o seu Evangelho é um "cântico novo", uma sinfonia que acende a esperança.

Mais que as denúncias e as proclamações para combater as contradições e os desafios de tantos modelos e estilos de vida, aparentemente de família, pelo sacramento do matrimónio, a família "cristã" acolhe o dom do Espírito Santo, capaz de transformar o amor conjugal e de o abrir às exigências mais radicais e mais importantes.

- O "tesouro" das equipes: a espiritualidade. Mesmo que a família não possa realizar serviços específicos na comunidade, é importante que responda à tarefa essencial do serviço, que é ser testemunhas do amor verdadeiro, que é fidelidade, paciência, perdão, serviço... numa palavra, vida de comunhão.

Dom Tonino Bello, Bispo de Molfetta, exprimia assim o sentido da família como riqueza na vida da Igreja: "A família foi pensada por Deus como uma imagem da Trindade... não como uma imagem neutra para ser enquadrada num álbum de fotografias, mas como uma imagem provocadora. Uma imagem que provoca os homens à paz, à convivência, às diferenças... a família filial periférica da Santíssima Trindade: laboratório que produz as mesmas experiências de comunhão..., porque é ícone da Trindade, a família deve tornar-se lugar onde se experimentam as relações e, portanto, onde se recuperam os significados".

* espiritualidade do diálogo: (Dever de se sentar). A salvação do casal e da família está no diálogo. Escrevia o cardeal Tettamanzi: "O diálogo é a urgência do nosso tempo... basta olhar a trama de solidões e de sofrimentos, de medos e de hostilidades, que rasgam a carne viva (da cidade), reduzindo a trama urbana a arquipélago de pequenas ilhas que, muitas vezes, não comunicam entre si".

Um diálogo não só "exterior" mas também "interior e espiritual". O espaço da relação consigo próprio. O diálogo com os outros. E com Deus. Cristo, "bússola" do homem sábio, ofereceu-se-nos como admirável exemplo do homem em diálogo "com Deus e com os homens". "No encontro com uma pessoa e com o seu mistério, a linguagem dos factos já não basta. Temos também necessidade daquilo a que chamamos a linguagem do coração... Gostaria de exprimir uma certeza: o diálogo é possível tanto entre as linguagens como entre as culturas e as religiões". "O diálogo como semente, como fermento, é agora indispensável se se quiser sobreviver num tempo dilacerado pelas antipatias ou, pior ainda, pelo ódio" (C.M. Martini).

Se o diálogo é uma necessidade, é também um prazer, um desafio, porque a qualidade da nossa vida depende, numa percentagem elevadíssima, das palavras que dizemos e dos sentimentos com que as manifestamos. Creio ser esta uma tarefa de cada casal, mas deve estender-se às equipas do mundo inteiro.

A FAMÍLIA: ESCOLA DE AMOR
Editorial para a Carta - Março 2012
P. Angelo Epis CE ERI
Excerto da sua intervenção no Colégio de Bogotá 2011
http://www.equipes-notre-dame.com/pt/noticias/correio-da-eri