quarta-feira, 11 de junho de 2008

Um olhar humano





A Liliane, esposa do Gilmar Koerich, meus queridos amigos das Equipes de Nossa Senhora, é professora. Faz pouco mais de dois anos, entregou-me um texto muito bonito do livro "Um olhar para o vale - 100 mensagens de fé, esperança e amor", organizado pelo professor Osvino Toillier. Ali se conta assim: "Quatro crianças brincam juntas, e cada uma resolveu contar suas vantagens, como costuma acontecer em situações como essa. Acrescente-se que todas moravam no mesmo edifício.
A primeira disse:
- Eu moro no primeiro andar e enxergo até o mato que está lá adiante, nos fundos do edifício.
A segunda criança afirmou:
- Eu moro no segundo andar e enxergo por cima daquele mato e vejo a lagoa que está bem mais longe.
A terceira sentenciou:
- Pois eu moro no terceiro andar e enxergo o mais longe de todos: por cima do mato e além da lagoa. Eu vejo lá nos fundos, no horizonte, o mar... Parece que toca o céu.
Aí os três se viraram para o quarto menino - tinha esquecido de dizer que eram quatro guris! -, que era, esse quarto menino, o filho do zelador, cuja moradia era no porão do edifício, - e perguntaram para ele;
- E você enxerga até onde?
Retraído, humilde por sua condição social, a quarta criança respondeu aos amiguinhos:
- Sabe, eu de noite abro a janela, olho para o céu e vejo as estrelas...
Poderia terminar por aqui e teria conteúdo suficiente para esta reflexão.
Mas penso dever convidá-los para juntos refletirmos sobre a incrível profundidade desta estória, ao mesmo tempo tão encantadoramente simples. Qual é o alcance da nossa visão? Até cada um de nós enxerga? E será que, de repente, com nossa preocupação de enxergar longe, também não esquecemos de olhar ao nosso redor, onde pessoas esperam uma palavra de apoio e estímulo?
A proposta de resgatar o humano no homem é da maior relevância para garantir a continuidade das condições de vida no planeta, já que ciência e tecnologia não representam nenhuma garantia para isso, conforme nos ensina a história da humanidade. Basta lembrar Auschwitz e Hiroxima.
É bom lembrar que dos porões se pode ter a visão das estrelas e, segundo o poeta, só quem ama pode ter ouvidos capazes de ouvir e de entender estrelas!".
Ver, olhar! Ver Deus nas pessoas, vê-lo na natureza que nos cerca. É preciso ter olhos que vêem! Deus esta presente em toda parte e sempre nos vê. Quantos crimes seriam evitados, quantos problemas seriam resolvidos, quantas lágrimas seriam enxugadas, quantas aflições seriam suavizadas se a humanidade tivesse consciência do olhar de Deus sempre pousado sobre nós, pondera Teresita Arrãiz na revista "Arautos do Evangelho" de julho de 2007 (p. 37).

Fonte : parte do artigo de Carlos Martendal do programa Palavra Viva.
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