terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mais de um bilhão passam fome no mundo!


Jesus disse: "Eu tive fome e me deste de comer, tive sede e me deste de comer."
Senhor ajuda-nos a sermos solidários! A construir alternativas na produção de alimentos, para os mais carentes. Dá-nos força para romper paradigmas e trilhar novos caminhos na agronomia.
alexandre

Hoje, no mundo, há mais de um bilhão de pessoas famintas. O alarme chega da FAO [Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação], que, em seu último relatório, registrou um aumento de 9%. A crise econômica, portanto, levou para baixo da linha da desnutrição um sexto da população mundial. Não sem culpa dos governos, mais preocupados com os mercados financeiros evidentemente: "Os líderes mundiais reagiram com determinação à crise, mobilizando bilhões de dólares em um lapso de tempo muito curto.

Agora, a mesma ação decisiva é necessária para combater a fome e a pobreza", diz o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf.

Novidades também no fronte da geografia da fome. A desnutrição atinge agora principalmente a Ásia e as áreas do Pacífico, o­nde os famintos são mais de 642 milhões. Mas não é um fenômeno desconhecido nem nos países desenvolvidos, o­nde 15 milhões de pessoas não têm o alimento necessário para o seu sustento.

Mas não são só as políticas do Ocidente que acabam no alvo. A intelectual indiana Vandana Shiva defende: "Foram os métodos de desenvolvimento equivocados que causaram a fome de centenas de milhões de pessoas. E a FAO também é responsável por isso".



A reportagem é de Francesca Caferri e Anais Ginori, publicada no jornal La Repubblica.



O alarme lançado o­ntem pela FAO não surpreende Vandana Shiva. Pelo contrário, a indigna. Há muitos anos essa cientista indiana especialista em agricultura e desenvolvimento, famosa em todo o mundo pelas suas batalhas contra a globalização, defende que as tendências atuais levarão milhões de pessoas à fome, principalmente nos países pobres.

"O fato de que hoje a FAO lança esse alarme depois de, durante anos, ter defendido os métodos de desenvolvimento que causaram a fome de milhões de pessoas me deixa verdadeiramente com muita raiva", explica. "Hoje, nos dizem que um bilhão de pessoas passam fome. Eu acho que se deveria perguntar o porquê. O porquê é explicado há muitos anos pelos especialistas, economistas e climatologistas como eu, que a FAO não ouviu. Há estudos qualificados que defendem que as monoculturas tornam a agricultura mais vulnerável, e que o uso de fertilizantes químicos contribui para as mudanças climáticas. Porém, a FAO defendeu o uso dessas substâncias. A Índia, neste ano, perdeu boa parte das suas colheitas por causa de enchentes e secas, efeito das mudanças climáticas. Há agricultores famintos. Outros que se suicidaram. E o anel inicial da corrente está nessas políticas, que a FAO apoiou, mas das quais denuncia os efeitos".

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