sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ousar o Evangelho do amor conjugal



No logótipo de Brasília 2012, «o casal no barco, de mãos dadas, simboliza a experiencia da espiritualidade conjugal, uma espiritualidade encarnada na vida quotidiana que induz os esposos a andar juntos sustentando-se reciprocamente nos júbilos, nas esperanças e nas dificuldades da vida». Agradecemos ao Senhor por nos permitir conhecer as ENS e por termos “embarcado” num Movimento que nos ajuda a viver com fé e jubilo, o sacramento do matrimónio, a testemunhar que é possível, para dois esposos, amar “como Cristo ama a sua esposa igreja”. Temos que ousar o evangelho do amor, sobretudo para as gerações novas, frágeis e intimidadas, face às exigências do amor verdadeiro. Aos sedentos da felicidade que jorra do amor não temos que recear de anunciar o amor exigente mas verdadeiro de Deus.

Palavra do Senhor (Ef 5,25-32)

Maridos, amai as vossas mulheres, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, para a santificar, purificando-a, no banho da água, pela palavra. Ele quis apresentá-la esplêndida, como Igreja sem mancha nem ruga, nem coisa alguma semelhante, mas santa e imaculada. Assim devem também os maridos amar as suas mulheres, como o seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais odiou o seu próprio corpo; pelo contrário, alimenta-o e cuida dele, como Cristo faz à Igreja; porque nós somos membros do seu Corpo. Por isso, o homem deixará o pai e a mãe, unir-se-á à sua mulher e serão os dois uma só carne. Grande é este mistério; mas eu interpreto-o em relação a Cristo e à Igreja. De qualquer modo, também vós: cada um ame a sua mulher como a si mesmo; e a mulher respeite o seu marido.

Reflexão

«A ciência e a arte de se santificar no e através do matrimónio, é a espiritualidade conjugal». Trata-se de cristianizar toda a vida familiar. Acima de tudo, trata-se de procurar o sentido cristão de todas as realidades familiares e colocar uma questão: ” No fundo, qual é o pensamento de Deus sobre o amor, a paternidade, a maternidade, a sexualidade, a educação, e sobre todas as grandes realidades do casal?” Não se trata só de descobrir mas de querer realizar a ideia de Deus, em todos estes domínios.


 É preciso procurar aquele que comummente é conhecido como “estilo cristão” do casal, o estilo cristão das relações entre as pessoas (entre os esposos, os pais e os filhos, os pais e os avôs, os esposos e os amigos), um estilo cristão da moldura: da casa, da comida, das despesas; um estilo cristão das actividades quotidianas: o trabalho, o tempo livre, levantar-se, deitar-se; as vigílias, a hospitalidade. Como podemos fazer para que isto seja cristão, pareça cristão, resplandeça da graça de Deus? Um estilo cristão dos dias: o domingo não se vive como o sábado, o sábado como a quinta-feira, a quinta como os outros dias da semana; um estilo cristão dos grandes acontecimentos: o nascimento, a doença, as provações, o casamento, a morte… viver como cristão estes acontecimentos. E tudo isto para que Deus “seja glorificado em qualquer coisa”, como dizem os beneditinos. Por fim a família não sendo isolada na cidade e na igreja, esta espiritualidade conjugal e familiar é também uma espiritualidade do empenho do casal nas tarefas humanas e celestiais». (H. Caffarel)

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