Na manhã desta quarta-feira, em que se recorda a Dedicação das Basílicas de São Pedro e São Paulo, em Roma, o Papa Francisco abordou o tema da misericórdia afirmando que "A Igreja deve sempre ter as portas abertas" para acolher "o arrependimento".
Na audiência-geral desta manhã o Papa abordou o tema da Misericórdia de Deus utilizando a imagem "Da porta do Senhor".
No início da sua intervenção Francisco recordou o recente Sínodo dos Bispos pelo qual a Igreja transmitiu às famílias um grande encorajamento a que a vejam como porta aberta: "A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas para sair, com o Senhor, ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nesses tempos difíceis".
O Papa exortou os cerca de 15 fiéis presentes a abrir as portas:
"Se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas de nossas igrejas, das nossas paróquias e dioceses devem estar sempre abertas. Assim todos podemos sair e levar esta misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar ou muitas vezes deixar o Senhor sair de nossas estruturas, de nosso egoísmo."
Uma Igreja fechada mata o Evangelho
Olhando para o mundo atual Francisco lembrou algumas portas fechadas e outras outras estas mesmas portas estão blindadas: "Embora compreensível, não deixa de ser um mau sinal!Não devemos render-nos à ideia de aplicar este sistema à vida da família, da cidade, da sociedade e, menos ainda, à vida da Igreja. Uma Igreja sem hospitalidade, assim como uma família fechada em si mesma, mortifica o Evangelho e desertifica o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja! Tudo aberto!"
O Papa afirmou que a porta deve estar aberta para proteger e não para deixar de fora:
"Quantas pessoas perderam a confiança, não tem a coragem de bater à porta do nosso coração cristão, às portas das nossas igrejas. Tirámos a confiança. Por favor, que isso jamais aconteça, afirmou". Para o Papa é fundamental que todos percebamos "que somos igualmente pecadores" e apenas a Graça de Deus, "e a sua misericórdia" nos permitem "deixar entrar o Senhor na nossa vida".
Jesus: A Porta
Jesus, explicou o Pontífice, é a porta que nos faz entrar e sair. "Porque o covil de Deus não é uma prisão, mas um refúgio." Mas diante da porta, está o guardião, que ouve a voz de Jesus, então abre e faz entrar todas as ovelhas que Ele traz.
"Não é o guardião que escolhe as ovelhas, mas o bom Pastor. Não é o secretário ou a secretária da paróquia que decide quem entrar. A Igreja é a porteira da casa do Senhor, não a patroa", afirmou. Assim, para Francisco, deve ser reconhecida a Igreja por toda a terra: "como a guardiã de um Deus que bate à porta, como a rececionista de um Deus que não fecha a porta com a desculpa de que não somos de casa" como aponta o livro do Apocalipse.
Francisco concluiu com um pedido:
"Que as famílias cristãs façam da ombreira de casa um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. Com este espírito, estamos próximos do Jubileu. Haverá a Porta Santa, mas há a porta da misericórdia de Deus. E que haja também a porta do nosso coração para receber o perdão de Deus ou dar o nosso perdão e acolher todos os que batem à nossa porta."
Educris com Radio Vaticana
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