terça-feira, 27 de setembro de 2011

A oração nunca é algo mecânico e nem um exercício físico, mas sim um entregar-se ao Senhor da vida

A oração é antes de tudo diálogo, relacionamento de amor e de amizade que vai crescendo lentamente dentro de nós e nos abre para os outros.

Não é possível rezar e não sentir dentro do coração as alegrias e os sofrimentos que agitam a vida dos nossos irmãos. É importante descobrir a oração como momento de autoconhecimento. Santo Agostinho dizia: que eu te conheça a ti, Senhor para que me conheça a mim.
Mas, o que quer dizer rezar como somos? Vamos tentar explicar, e assim, assumir o caminho da oração como momento de divina terapia. Estou convencido de que o nosso melhor terapeuta, psicólogo e psicanalista é o Senhor que, na intimidade com Ele, nos é revelado quem somos para que possamos sentir as mudanças que são necessárias realizarmos em nossas vidas.

A oração nunca é algo mecânico e nem um exercício físico, mas sim um entregar-se ao Senhor da vida para que Ele cumpra em nós o seu projeto. O orante não tem mais desejos próprios nem vontade própria porque aprendeu a ter uma única vontade que é a do Senhor que se manifesta no dia a dia.

A oração não pode ser alguma coisa forçada, imposta, mas deve ser como água borbulhante no mais profundo de nosso ser e, como água viva que vai jorrando e fecundando com vida nova todas as áreas do nosso eu. Santa Teresa de Ávila, mestra da oração, diz que a oração gera uma harmonia e um desenvolvimento em todo o nosso ser. Por isso, para ela, as almas que não rezam são como um corpo estropiado ou paralítico que tem mãos e pés, mas não os podem mover.

E assim se passa. Há almas tão enfermas e tão habituadas às coisas exteriores que parece não haver remédio. Nos parece que não podem entrar em si mesmas.

A oração cria fortes convicções e alicerceia a nossa vocação tornando-nos capazes de resistir a todas às dificuldades que podemos encontrar. É fonte de luz e fortalece a nossa vontade, orienta, ilumina e sustenta todos os nossos passos no caminho da permanente conversão.

Rezar como somos é não ter medo de nós mesmos e de nos olhar no espelho para ver as nossas feridas, não desanimar diante dos nossos fracassos, mas sempre retomar o caminho para chegar à meta que temos diante de nós: sermos amigos fortes de Deus.

Comunidade Shalom   26/11/2002 - 16h35

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