segunda-feira, 25 de junho de 2012

Padre Caffarel e a Oração

Oração: o espaço privilegiado do encontro com Cristo

«Tudo se resume em saber se é vital comer, tudo se resume em saber se é vital rezar»

Mensagem do Padre Caffarel sobre a Meditação
Maria-Carla et Carlo Volpini



O reino do silêncio

"Se na meditação você se sente levado a manter a alma silenciosa e imóvel junto de Deus que você não vê mas que sabe perfeitamente que está aí; se qualquer palavra lhe parece supérflua, bem menos explícita e verdadeira do que o silêncio do seu ser oferecido ao olhar de Deus; se ao deixar a meditação você se sente em paz e como que renovado, então não há mais o que procurar, o Espírito Santo introduziu-o no reino do silêncio”.
(Pe. Caffarel, Presença de Deus. Cem cartas sobre a oração, n.85,Parole et Silence, 2000)
Por vivermos continuamente no barulho, perdemos o hábito do silêncio, mas perdemos sobretudo a capacidade de perceber a voz do silêncio. O ruído da vida encobre a voz de nossa interioridade, quando na verdade deveríamos escutá-la com muita atenção e plena consciência.

O ruído da vida ao qual estamos constantemente submetidos nos fez perder o hábito de dialogar com Deus. De fato, logo que nos colocamos em Sua presença, imediatamente começamos esse diálogo interior, que muitas vezes não passa de um monólogo, porque, na realidade, estamos geralmente prontos para pedir, mas raramente prontos para escutar.

Por vezes temos medo do silêncio: queremos preencher cada instante com coisas e palavras. Pensamos que se nada temos a dizer, é porque não sabemos orar ou ficar com Deus.
Mas é exatamente o contrário: estar na presença de Deus, no silêncio, é estar com Deus.

Poderíamos dizer que se o Senhor é “Deus do Tempo e Pai da Vida”, se a eternidade que precedeu nosso nascer e que prosseguirá após nosso morrer só é habitada por Ele, se Sua Presença se revela constante mas invisivelmente em nossa vida de cada dia, na história dos homens e nas pequenas histórias de nossas vidas, então será unicamente nos curtos instantes e nos fragmentos de silêncio em meio ao ruído da vida que poderemos conseguir apreende-Lo e escuta-Lo.

Assim, é exatamente no silêncio que podemos encontrar o Senhor, num silêncio que não nos fixa no imobilismo ou na passividade, mas que lança as bases para que possamos adorar, viver e agir.
O Padre Caffarel havia entendido isso e continua a nos ensiná-lo até hoje.

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