Ocupando o mesmo ninho
Jaime Bettega
Viver fraternalmente, respeitando as diferenças e com harmonia, passou a ser um desafio e uma vitória a ser celebrada
Num dia desses, caminhando nos arredores, um pouco distante do asfalto,
avistei um ninho de caturrita no alto de um pinheiro. A majestosa árvore
tem galhos longos, capaz de acolher diferentes espécies de pássaros. O
pinheiro se impõe e se destaca. Os ninhos se movimentam conforme o
balanço dos galhos. Ninhos em árvores impressionam, inspiram, comunicam
vida. Gosto de encontrar ninhos e observar os detalhes da edificação. Os
ciscos são tramados e entrelaçados para acolher os ovos e,
posteriormente, os filhotes.
A caturrita é uma ave com particularidades. Não ensaia melodias. Produz sons por vezes estridentes. Imagina um bando de caturritas: quanta sonoridade, ao mesmo tempo! E sem intervalos. Suas penas são esverdeadas e, também, multicoloridas. Uma espécie única, digna de admiração. Quando filhotes, não encantam. Conforme vão crescendo, o visual vai se aperfeiçoando.
Voltando ao ninho, no alto do pinheiro: uma superlotação! Várias caturritas, de diferentes idades, num mesmo ninho. Alguém completou: elas vivem em comunidade. Admirável essa ocupação conjunta de um mesmo ninho. Na hora de retornar para ‘casa’, as caturritas parecem vivenciar a fraternidade: vão se acomodando, sem reclamação de excesso populacional. Emitem alguns sons mais estridentes, porém, todas permanecem no mesmo espaço residencial. O exercício da convivência parece estar cada vez mais distante do ser humano. Não são poucos os que têm dificuldade de estar sob o mesmo teto. Sem falar daqueles que não deveriam ter vizinhos, pois sempre encontram motivos para desavenças. Quando se trata de condomínios ou prédios arranha-céus, onde muitas famílias disputam os parcos espaços comuns, os atritos são incontáveis. Por qualquer motivo há estranhamento e até agressões verbais e físicas. Evidente que há exceções. Mas são raras.
Viver fraternalmente, respeitando as diferenças e provocando o estabelecimento da harmonia, passou a ser um desafio e uma vitória a ser celebrada. As construções seguem padrões cada vez mais qualificados. Porém, o ser humano continua indomável no seu ímpeto e na impertinência. A tolerância, há tempo, deixou de fazer parte do ‘menu’ da convivência. Muitos deveriam observar um ninho de caturrita e apreender a lição da fraternidade.
A caturrita é uma ave com particularidades. Não ensaia melodias. Produz sons por vezes estridentes. Imagina um bando de caturritas: quanta sonoridade, ao mesmo tempo! E sem intervalos. Suas penas são esverdeadas e, também, multicoloridas. Uma espécie única, digna de admiração. Quando filhotes, não encantam. Conforme vão crescendo, o visual vai se aperfeiçoando.
Voltando ao ninho, no alto do pinheiro: uma superlotação! Várias caturritas, de diferentes idades, num mesmo ninho. Alguém completou: elas vivem em comunidade. Admirável essa ocupação conjunta de um mesmo ninho. Na hora de retornar para ‘casa’, as caturritas parecem vivenciar a fraternidade: vão se acomodando, sem reclamação de excesso populacional. Emitem alguns sons mais estridentes, porém, todas permanecem no mesmo espaço residencial. O exercício da convivência parece estar cada vez mais distante do ser humano. Não são poucos os que têm dificuldade de estar sob o mesmo teto. Sem falar daqueles que não deveriam ter vizinhos, pois sempre encontram motivos para desavenças. Quando se trata de condomínios ou prédios arranha-céus, onde muitas famílias disputam os parcos espaços comuns, os atritos são incontáveis. Por qualquer motivo há estranhamento e até agressões verbais e físicas. Evidente que há exceções. Mas são raras.
Viver fraternalmente, respeitando as diferenças e provocando o estabelecimento da harmonia, passou a ser um desafio e uma vitória a ser celebrada. As construções seguem padrões cada vez mais qualificados. Porém, o ser humano continua indomável no seu ímpeto e na impertinência. A tolerância, há tempo, deixou de fazer parte do ‘menu’ da convivência. Muitos deveriam observar um ninho de caturrita e apreender a lição da fraternidade.
Fonte: correio riograndense
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