quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A identidade do cristão não vem dos “doutorados”, mas do fato de ser movido pelo Espírito Santo, diz Francisco


“Se nós não entendemos bem as coisas do Espírito, não damos e não oferecemos um testemunho, não temos identidade”. “Muitas vezes nós encontramos entre nós fiéis, idosas simples que talvez não concluíram o ensino fundamental, mas que te falam das coisas melhor do que um teólogo, porque têm o Espírito de Cristo”.
A reportagem está publicada no sítio AsiaNews, 02-09-2014. A tradução é de André Langer.

A identidade do cristão não vem do conhecimento, dos “doutorados”, mas do fato de ser movido pelo “Espírito Santo”, como Jesus, ao qual se lhe reconhecia a “autoridade” que lhe vinha da “unção especial do Espírito Santo”. É a reflexão proposta pelo Papa Francisco durante a missa celebrada na manhã desta terça-feira, 02 de setembro, naCapela da Casa Santa Marta, tomada do Evangelho do dia que fala da “autoridade de Jesus”.
As pessoas, observou, estavam fascinadas pelo ensinamento de Jesus, porque sua palavra “tinha autoridade”. Jesus “não era um pregador comum”, porque sua “autoridade” vinha da “unção especial do Espírito Santo”. Ele é “o Filho de Deus ungido e enviado” para “levar a salvação, para levar a liberdade”. E alguns “se escandalizavam” com este “estilo de Jesus”, com sua identidade e liberdade. “E nós podemos nos perguntar: qual é a nossa identidade de cristãos? E Paulo, hoje, diz muito bem. “Destas coisas – disse Paulo – nós falamos não com palavras sugeridas pela sabedoria humana”. A pregação de Paulo não é porque fez um curso na Lateranense ou na Gregoriana... Não, não, não! Sabedoria humana, não! Antes, são ensinadas pelo Espírito: Paulo pregava com a unção do Espírito, expressando coisas espirituais do Espírito em termos espirituais. Mas o homem, deixado sozinho, não pode entender isso!”
E por isto, “se nós cristãos não entendemos bem as coisas do Espírito, não damos nem oferecemos um testemunho, não temos uma identidade”. Para aqueles que não entendem, “estas coisas do Espírito são loucura, não são capazes de entendê-lo”. O homem movido pelo Espírito, ao contrário, “julga cada coisa: é livre, sem poder ser julgado por ninguém”. “Agora, nós temos o pensamento de Cristo, ou seja, do Espírito de Cristo. Esta é a nossa identidade cristã. Não ter o espírito do mundo, esse modo de pensar, esse modo de julgar... Tu podes ter cinco doutorados em teologia, mas não ter o espírito de Cristo. Talvez sejas um grande teólogo, mas não és um cristão, porque não tens o Espírito de Deus! Aquele que dá a identidade é o Espírito Santo, a unção do Espírito Santo”.
Por isto, disse ainda o Papa, “o povo não amava aqueles pregadores, aqueles doutores da lei, porque falavam realmente de teologia, mas não chegavam ao coração, sua própria identidade, porque não estavam ungidos pelo Espírito Santo”. “A autoridade de Jesus – e a autoridade do cristão – vem justamente desta capacidade de compreender as coisas do Espírito, de falar a língua do Espírito. Vem desta unção do Espírito Santo. Muitas vezes, nós encontramos entre nós fiéis, idosas simples que talvez não concluíram o ensino fundamental, mas que te falam das coisas melhor do que um teólogo, porque têm o Espírito de Cristo. O mesmo que tem São Paulo. E todos nós devemos pedir isto. Senhor, dá-nos a identidade cristã, aquela que Tu tinhas. Dá-nos o Teu Espírito, dá-nos o Teu modo de pensar, sentir, falar: ou seja, Senhor, dá-nos a unção do Espírito Santo”.

Nenhum comentário: