Uma multidão para a primeira audiência do Papa Francisco, após as férias de verão.
Mas de 50.000 pessoas lotaram a Praça de São Pedro, e fora, para além da ‘fronteira’ entre a Cidade do Vaticano e o Estado Italiano.
O Papa Francisco se aproximou delas, para saudá-las, com um carro aberto. Nos últimos dias, a Prefeitura da Casa Pontifícia havia distribuído mais de 20.000 bilhetes para esta primeira audiência de setembro. O Papa Francisco centrou sua catequese na maternidade da Igreja; e teve palavras fortes para os cristãos iraquianos e de solidariedade para com a diocese de Terni, Amelia e Narni, cujos cidadãos estão preocupados com o fechamento de uma fábrica que oferece muitos empregos. Com uma expressão séria, o Papa Francisco recordou que em cada questão, também nas do trabalho, “a pessoa e sua dignidade estão em primeiro lugar. Com o trabalho não se brinca! Quem por motivos de negócios, dinheiro e lucros maiores tira o trabalho, que saiba que está tirando a dignidade das pessoas”.
Fonte: http://goo.gl/C4YqqW |
A reportagem é de Marco Tosatti, publicada por Vatican Insider, 03-09-2014. A tradução é do Cepat.
Durante sua catequese, o Papa Francisco falou, de modo particularmente apaixonado, sobre a “maternidade” da Igreja, intercalando muitas vezes o texto preparado com frases e observações para reforçar o sentido do texto. “Não se converte uma pessoa em cristão por meio de um laboratório, nem sozinho, cresce-se na fé de uma comunidade”, recordou oPontífice, confirmando um conceito sobre o qual já refletiu recentemente, e que, especialmente, parece lhe preocupar neste momento.
A Igreja é mãe e “nos amamenta com a palavra de Deus, desde a infância”, revelou o Pontífice, sorrindo. E “uma mãe sempre defende os filhos”. A Igreja é, sobretudo, mãe. “AIgreja – disse o Papa – recebeu de Jesus o dom precioso doEvangelho, não para guardá-lo, mas para oferecê-lo aos demais, como faz uma mãe. É nisto que se demonstra o perfil da Igreja em dar aos seus filhos a nutrição espiritual para fortificar a vida cristã. Todos nós somos chamados a acolher, com a mente e o coração abertos, a Palavra de Deus que todos os dias a Igreja nos oferece, porque esta palavra tem a capacidade de nos mudar a partir de dentro”.
“E quem nos dá a palavra de Deus?” – perguntou o Pontífice – “A mãe Igreja nos amamenta desde a infância com esta palavra, cria-nos durante toda a vida com esta palavra, e isto é algo grande. É a Igreja que com a palavra de Deus nos muda a partir de dentro. A Palavra de Deus, que a Igreja nos oferece, transforma-nos, não segundo a mundanidade da carne, mas, sim, segundo o espírito”.
É a Palavra de Deus, e a graça dos sacramentos, que nos permite “orientar nossas escolhas para o bem e atravessar com coragem e esperança os momentos de escuridão e os caminhos mais tortuosos”. Porém, não é suficiente. Não devemos esquecer que a possibilidade do Mal está sempre presente. A Igreja nos guia para nos dar “a capacidade de nos defender do mal”. “A Igreja tem a coragem de uma mãe que sabe que tem o dever de defender seus filhos dos perigos, devido à presença de Satanás no mundo, e de levá-los até Jesus – explicou. Uma mãe sempre defende seus filhos. Esta defesa também consiste em exortar à vigilância: vigiar contra o engano e a sedução do maligno, porque ainda que Deus tenha vencido Satanás, este sempre volta com suas tentações”.
Sorrindo, acrescentou: “Todos nós sabemos, somos tentados e depende de nós não ser ingênuos. Ele vem como um leão que ruge, disse o apóstolo, e depende de nós estar atentos e resistir, sendo firmes em nossa fé. Resistir com a ajuda da mãe Igreja, que como uma boa mãe sempre acompanha seus filhos nos momentos difíceis”.
Em seguida, com um grande sorriso, exclamou: “Esta é a Igreja, esta é a Igreja que todos nós amamos, esta é aIgreja que eu amo: uma mãe que se preocupa com o bem de seus próprios filhos e que é capaz de dar leite aos seus filhos”.
“Não, somos todos, a Igreja somos todos nós. E também nós somos filhos e somos mães de outros cristãos. Todos os batizados, homens e mulheres juntos – concluiu Bergoglio –, somos a Igreja”. E se perguntou: “Quantas vezes não damos testemunho desta maternidade da Igreja? Quantas vezes somos covardes? Confiemos em Maria para que, como mãe de nosso irmão Jesus, ensine-nos a ter seu mesmo espírito maternal diante de nossos irmãos, com a capacidade de acolher, de perdoar, de dar força, confiança e esperança. E isto é o que uma mãe faz”.
Aos cristãos iraquianos disse: “A Igreja é mãe e sabe acompanhar o filho necessitado, e defender os filhos indefesos e perseguidos. Gostaria de afirmar, especialmente a estes últimos, especialmente indefesos e perseguidos, a proximidade da Igreja. Vocês estão no coração da Igreja. A Igreja está orgulhosa de vocês, orgulhosa por ter filhos como vocês. Vocês são a sua força e o testemunho concreto e autêntico da sua mensagem de amor!”.
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