quarta-feira, 16 de setembro de 2009

QUAIS SÃO OS INTERESSES DOS JOVENS?


Bom dia! Continuo a postagem deste excelente artigo do padre Angelo Epis.
Obrigado pelas orações!
alexandre (da Alana)


Os jovens propendem aos contatos diretos, querem chegar logo nos “finalmente”; “assim e possível se conhecer melhor”, é a desculpa que se ouve, falando de certos temas. Mas quando não tem outra coisa a ser descoberta o que fica? Tem-se a sensação de que entre os jovens se instauram diálogos não fundados em projetos concretos, úteis para um futuro próximo; frequentemente os objetivos são viagens, noitadas na discoteca e roupas de marca. Quando, alguma vez, conseguem enfrentar diálogos mais sérios, logo se desco
brem em contradição e estas divergências, alguém ama levá-las ‘nas praças”, nos vários talk show espetaculares, durante os quais confrontam-se entre lagrimas, generosos só de acusas, hábeis para descarregar sentimentos de culpa e para manifestar remorso, para depois ter retornos fogosos improvisos, entre “grandes e pequenos irmãos” que fazem sensação sobretudo para filmes eróticos, transformando todos os tele-espectadores em voyeurs, guardoni, para dizer isso à italiana.

"DEIXA-SE VIVER” MAIS DO QUE “VIVE-SE”


Tenho a impressão de que todos aqueles que amam estes espetáculos sejam pessoas que não sabem como “viver”; não tem hobby, não tem interesses, não são capazes de mergulhar na verdadeira vida, se “deixam viver” ao em vez de “viver”. Quando estimulados bufam, ou beiram a crise existencial, porque são incapazes de colocar-se em discussão. Estas exibições contínuas de corpos e de amores superficiais, consumados e queimados em pouco tempo, me deixam perplexo e, deixem-me dizer, um pouco angustiado. Mia mãe teria dito: “Perbacco! Un po' di buon gusto!"/Por Deus! Um pouco de bom gosto! . Seria suficiente olhar as revistas italianas daquele período..
Quando estes pensamentos me cercam, procuro distrair-me deixando voar a saudade.. que belo quando a gente se segurava pelas mãos e as amigas confiavam umas as outras que temiam a gravidez, só por causa daquele contato; ou quando se dava o primeiro beijo e se mantinham os lábios lacrados, com o coração que parecia pular fora do peito. E quando se conseguia a autorização para sair, com horários preestabelecidos para retornar e depois ouviam-se os sinos marcando as horas, justo quando se estava de mãos dadas!
Grandes diferenças existem hoje entre duas gerações apenas; barreiras insuperáveis? Quem vai sofrer as conseqüências? Talvez a geração mais velha, porque não vai conseguir ver os resultados de todos os esforços para tentar transmitir os valores morais mais importantes? Ou quem sabe será a nova geração que sofra, ainda mais, por não ter ouvido e por encontrar-se depois em um terreno queimado e sem nenhum interesse?

"TUDO E LOGO" NÃO É UMA BOA FILOSOFIA


Tal vez dependa dos pontos de vista, ou quem sabe da capacidade de saber aceitar ou não as mudanças, mas fundamentalmente estas minhas reflexões querem ser uma forma de proteção, de anuncio em relação a tantos jovens que se “consumem” sem ter vivido e que se perdem nos meandros do que não é natural e nem sadio até para o próprio corpo, além de sê-lo para o espírito, excluindo assim, a possibilidade de continuar uma vida serena e fecunda. Querem recolher a proposta do Pe. Caffarel ao mundo de hoje.
Para que serve então querer obter tudo e logo? Por que não se limitar a aceitar dia após dia as pequenas alegrias que desa
brocham, frutificam e amadurecem?
O amor, uma vez, era procurado com garbo; não existiam modelos para definir a beleza dos outros e era valido o ditado: “ não é belo o que é belo, mas é belo o que agrada”.
Que diferença hoje em dia! As moças são estimuladas a ser sempre mais vulgares, a não privar-se de nada e a “desco
brir-se” sempre mais, deixando à mostra cada parte do corpo e sem aqueles mistérios que eram o fascínio das mulheres. Resulta-me difícil compreender o porquê da exigência de “retocar-se” continuamente para esconder os anos: silicone, botox, tintas, e tantas tramóias para poder ouvir: “ Você parece mais jovem!

Um comentário:

marcos antonio disse...

Suas ideias retrata a realidade em que vivemos. só tenho medo de me deparar com uma geração que não reconheça o resultado do produto que construímos. eu como jovem, vejo pessoas vivendo uma falsa felicidade, e as vezes me pergunto: será que um dia serei refém desses maus hábitos e falsas felicidades.
como seria bom se todos pensassem da sua maneira. tentamos apenas construir um mundo melhor.